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Envolvido em nova acusação de corrupção, André Vargas é preso pela PF

Ex-deputado é suspeito de usar empresas de fachada para desviar parte do valor de contratos de publicidade da Caixa e do Ministério da Saúde

O ex-deputado federal André Vargas (de boné) chega à sede da Polícia Federal em Curitiba:  PF usou a Range Rover Evoque ddo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para prendê-lo. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
O ex-deputado federal André Vargas (de boné) chega à sede da Polícia Federal em Curitiba: PF usou a Range Rover Evoque ddo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para prendê-lo. (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (10) o ex-deputado federal paranaense André Vargas (ex-PT e hoje sem partido). Luiz Argôlo (ex-PP e hoje Solidariedade-BA) e mais quatro pessoas ligadas aos políticos, entre elas Leon Vargas, irmão do ex-petista, também foram presos.

Houve ainda ordem de prisão contra o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que já estava preso em Pernambuco por condenação no mensalão. Ele será transferido para a PF em Curitiba.

As prisões fazem parte da 11.ª fase da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras e que, a partir de agora, também apura desvios na Caixa Econômica Federal e no Ministério da Saúde feitos a partir de contratos de publicidade.

Segundo a PF, 10% do valor dos contratos de publicidade mantidos com a Caixa e com o ministério pela empresa de publicidade Borghi/Lowe eram desviados para empresas de fachada dos irmãos Vargas.

Batizada de “Origem”, essa nova etapa da Lava Jato investiga o repasse de R$ 2.399.511,60, em espécie, do doleiro Alberto Youssef, personagem central do esquema de corrupção na Petrobras, para Vargas, cassado em 2014. Segundo o juiz federal Sergio Moro, que conduz todas as ações da operação, “os fatos configuram crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro”.

Esquema

Segundo a força-tarefa, a Borghi Lowe Propaganda e Marketing Ltda., que administra contas publicitárias da Caixa e do Ministério da Saúde, teria contratado serviços das empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes para a realização de serviços de publicidade. A Borghi Lowe teria orientado a realizar pagamentos de comissões de bônus de volume nas contas das empresas Limiar e LSI controladas por André Vargas e seus irmãos.

Os investigadores suspeitam que contratos da área davam cobertura a “serviços de fachada”, com o objetivo de lavar dinheiro ilícito cujo beneficiário principal seria André Vargas.

“Em vista da existência de prova de que as empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filme teriam realizado depósitos em contas controladas por André Vargas, com envolvimento da empresa Borghi Lowe, justifica-se a quebra de sigilo bancário e fiscal das referidas empresas, ainda que as primeiras não tenham necessariamente se envolvido de forma intencional nos crimes”, decidiu o juiz Sergio Moro.

“Embora seja necessário aprofundar as investigações quanto ao tópico, há prova de que Alberto Youssef providenciou, em dezembro de 2013, o repasse de R$ 2.399.511,60 em espécie a André Vargas, numerário este proveniente de empresa que mantém vários contratos com entidades públicas, o que foi feito mediante emissão de notas fiscais fraudulentas por serviços que não foram prestados”, afirmou o magistrado na decisão favorável à prisão de Vargas.

Casa suspeita

André Vargas está sob suspeita de lavagem de dinheiro na compra da própria casa em Londrina. O imóvel foi sequestrado por ordem do juiz federal Sergio Moro. Vargas declarou a compra do imóvel por R$ 500 mil, segundo consta na escritura. Mas o vendedor, em sua declaração de rendimentos, declarou o negócio por R$ 980 mil, “preço integralmente recebido em 2011”.

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