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Miriam Belchior: controle de gastos levou à redução das obras federais | Elza Fiúza/ABr
Miriam Belchior: controle de gastos levou à redução das obras federais| Foto: Elza Fiúza/ABr

O anúncio na terça-feira de que a economia cresceu apenas 2,7% no ano passado comprometeu o balanço do primeiro ano da segunda etapa do Pro­­­grama de Aceleração do Cres­­­cimento, o PAC 2. Na cerimônia, realizada ontem em Brasília, a ministra do Pla­­­nejamento, Miriam Belchior, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, cobraram das demais autoridades presentes o aumento nos investimentos.

A ministra também contou que cobrou, no ano passado, representantes de empresas estatais de energia para que fizessem mais investimentos. Ela afirmou que houve uma mudança na lógica do governo. "A lógica antiga era não fazer investimento. No ano passado, chamei as estatais de energia para dizer: ‘E aí? Estou vendo qual sua execução [de investimentos]’", afirmou. Miriam disse ainda que representantes do governo em conselhos de estatais estão sendo orientados a cobrar a execução de projetos.

No entanto, foi o controle de gastos imposto pela própria área econômica que levou à redução das obras federais em infraestrutura no ano passado – incluindo as do PAC –, a despeito do esforço feito no balanço para apresentar dados mais favoráveis.

Ao todo, o primeiro ano do PAC 2 contou com a execução de R$ 204,4 bilhões, segundo divulgou o Ministério do Plane­­­jamento. O volume representa 21% do previsto para o período de 2011 a 2014, que é de R$ 955 bilhões. O valor total das ações do PAC 2 que já estão concluídas é de R$ 142,8 bilhões. Deste total, R$ 127 bilhões foram realizados em 2011, o que representa 17,9% do previsto concluir até 2014 (R$ 708 bilhões). "Os dados demonstram que tanto em sua execução quanto em entregas de obras o PAC 2 segue em bom ritmo", afirmou a nota divulgada pelo ministério à imprensa.

Para inflar os números do balanço, o governo voltou a recorrer a artifícios como contabilizar subsídios do Programa Minha Casa, Minha Vida e financiamentos para a aquisição de imóveis usados, que não são investimentos.

Os financiamentos habitacionais respondem pela maior parte do investimento da segunda fase do programa em 2011: R$ 75,1 bilhões. Somente o Minha Casa, Minha Vida teve gastos de R$ 10 bilhões.

Arrecadação própria

Considerando apenas o dinheiro arrecadado por meio de impostos em 2011, o governo investiu R$ 47,5 bilhões no ano passa, dos quais R$ 20 bilhões foram para o PAC. São praticamente os mesmos valores de 2010, o que caracteriza uma queda se levada em conta a variação da inflação. Os investimentos das empresas estatais, de R$ 60,2 bilhões, também caíram por esse critério.

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