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A operação de resgate das vítimas do acidente com o Boeing 737-800 da Gol, que colidiu com um Legacy e caiu no norte do Mato Grosso, tem duas tarefas nesta terça-feira: encontrar os últimos 11 corpos e localizar o cilindro da caixa-preta que contém os últimos registros de bordo da tripulação. O equipamento é considerado essencial para esclarecer as causas do acidente.

- É um material pequeno. A Força Aérea já orientou o meu pessoal e vamos tentar localizar pela cor, laranja. O cilindro é do tamanho de uma garrafinha de refrigerante de 600 ml mais ou menos - revelou o Major Mário Brailer, comandante da operação do Exército no local do acidente.

De acordo com as investigações, o Legacy estava na altitude errada na hora do acidente. É o que mostra o plano de vôo assinado por Welder Cabreira, da Embraer, e aprovado pelo sistema de controle do espaço aéreo brasileiro. Com isso, a polícia deve ouvir novamente os pilotos americanos do jato, Joseph Lepore e Jan Paladino, que disseram que o jato estava na mesma altitude do Boeing. Ou seja, eles mudaram o plano de vôo por conta própria. E nesta quarta-feira, integrantes da comissão que investiga as causas da tragédia devem viajar para o Canadá. Eles vão acompanhar a perícia das caixas-pretas do Boeing.

No trabalho de resgate serão usados macacos pneumáticos e hidráulicos para erguer a asa do avião e o trem de pouco. Embaixo da estrutura, que pesa 15 toneladas, podem estar alguns corpos, acreditam os responsáveis pela operação, que conta com cerca de 180 pessoas, entre bombeiros, peritos e militares do Exército e da Aeronáutica.

Nesta segunda, o Instituto Médico-Legal (IML) de Brasília fez o reconhecimento de mais 29 corpos de vítimas do acidente aéreo, elevando para 90 o número total de identificados, três deles por meio de exame de DNA. Os peritos-legistas identificaram 12 corpos pela manhã e outros 17 à tarde. Ainda há outros 16 corpos no IML para serem identificados. Até agora já foram resgatados 143 das 154 vítimas. (confira aqui imagens do trabalho de resgate).

Boletim de Ocorrência

As famílias das vítimas já receberam o boletim de ocorrência do acidente. Com o documento, já é possível entrar com pedidos de indenização . De acordo com o advogado Henrique Tibúrsio, além do pagamento do seguro obrigatório pela Gol, que deve ser rápido, a lei prevê dois tipos de indenização. A material, que é calculada com base no prejuízo financeiro que a morte do passageiro representa para a família da vítima, e a indenização por dano moral, que considera, entre outros aspectos, a dor e o constrangimento pela perda do parente.

Em comunicado oficial emitido nesta segunda-feira, a Gol informou que já iniciou os contatos com familiares da vítima para tratar das indenizações , que segundo a empresa deverão ser calculadas individualmente. Em comunicado nesta terça, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) recomenda que suas regionais processem os advogados que estão assediando famílias de vítimas do vôo 1907, oferecendo serviços para propor ações judiciais, conforme noticiado pela imprensa.

O Boeing caiu no dia 29 de setembro em área de mata fechada, depois de colisão com um jato Legacy fabricado pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), quando fazia o vôo 1907, entre Manaus e Rio de Janeiro, com escala prevista em Brasília. No acidente morreram 154 pessoas. Os pilotos do Legacy fizeram um pouso de emergência e nenhuma das sete pessoas que estavam a bordo saiu ferida.

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