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Equipes do Corpo de Bombeiros localizaram no domingo o microônibus soterrado depois do acidente em obra do Metrô de São Paulo, mas a estratégia para remoção do veículo teve que ser modificada por causa de deslizamentos de terra.

Segundo o governador de São Paulo, José Serra, o veículo foi localizado e seria retirado por meio de um dos túneis da obra, mas como houve deslizamento de terra, esse trabalho teve que ser interrompido e apenas a escavação por cima do buraco continua.

``Tem um microônibus, mas houve dois desabamentos mais, que impedem o prosseguimento do trabalho. Vão recomeçar por cima novamente, para aliviar a carga, para evitar novos desabamentos'', disse Serra a jornalistas no local.

Na tarde de sexta-feira, um acidente nas obras da linha 4 do Metrô, na zona oeste de São Paulo, provocou desabamento em um buraco ao lado de uma das principais vias de São Paulo. O acidente dobrou o diâmetro do buraco que havia sido aberto para as obras. Antes do acidente, havia 40 metros de largura e 30 metros de profundidade.

Em nota à imprensa no sábado, o Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, afirmou que as chuvas que ocorreram na cidade podem ter provocado o acidente. O consórcio é integrado pelas construtoras Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

Estima-se que estejam sob os escombros dois pedestres, um caminhoneiro e quatro pessoas dentro do microônibus.

Para Serra, é pouco provável que as pessoas que estejam dentro do microônibus ainda estejam com vida. ``Quem estiver lá dentro, terá sido vítima, mas não se sabe quantos'', disse. Ele não tinha informações sobre as outras pessoas desaparecidas.

O governador também explicou que a retomada das escavações pelo túnel levará algumas horas. As buscas continuarão durante a noite de domingo, e Serra acredita que apenas na segunda-feira será possível retirar a van dos escombros.

``Tudo depende dos fatos imprevistos, como novos desabamentos que possam acontecer, em razão da própria movimentação para poder se chegar até a van'', disse ele.

Segundo Serra, além de terra, o túnel da futura linha 4 do Metrô tem muito gás carbônico proveniente dos equipamentos que estão sendo utilizados para as escavações e está muito molhado porque a passagem está ligada a lençóis freáticos.

INTERDIÇÃO

O acidente na sexta-feira levou à interdição de diversas casas nas proximidades, além da interrupção do tráfego em uma das principais vias da cidade, a Marginal do Rio Pinheiros. Cerca de 40 famílias foram desalojadas por riscos de mais rupturas do solo.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, confirmou no domingo que as vias expressa e local da Marginal Pinheiros permanecerão fechadas na segunda-feira pelo menos até às 20h. Mas o rodízio não será restabelecido.

Alguns moradores da rua Capri retiraram pertences de suas casas nesta tarde por risco de desabamento, e duas residências terão que ser demolidas.

A coordenação da Secretaria de Defesa Civil iria se reunir na noite de domingo com as famílias para discutir quais poderão retornar as suas residências, quando isso acontecerá, ou como elas poderão retirar seus pertences caso não possam voltar.

Segundo Kassab, o guindaste de 50 toneladas que se encontra à beira do buraco do acidente já está totalmente estabilizado e sem risco de tombar.

O prefeito disse ainda que tão logo seja concluída a operação de resgate e segurança, serão retomadas as obras do Metrô.

``Estamos na expectativa de que sejam encontrados os veículos e, se Deus quiser, as pessoas no seu interior, se estiverem com vida, para dar sequência à operação de reinício das obras'', disse ele.

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