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As oito nomeações acertadas pelo presidente do PMDB, Michel Temer, com o presidente Lula para cargos de segundo escalão podem causar novas fissuras no maior partido da coalizão governista. A ameaça de divisão vem do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que ficou irritado com a confirmação do ex-prefeito Luiz Paulo Conde para presidir Furnas.

Exaltado, Renan ameaçou deixar a base do governo:

- Uma coisa que aprendi foi a deixar governo. Uma das exigências, quando fizemos a indicação para o Ministério das Minas e Energia, era de que o escolhido tinha de ter um perfil técnico. O ministro recebeu carta branca do partido para tomar essa decisão - avisou Renan quarta-feira à noite, durante jantar com vários petistas.

Para acalmar Renan, Lula o convidou para acompanhá-lo nesta sexta numa visita às obras da ferrovia Norte-Sul. Até a noite de quinta, Renan não tinha confirmado presença na comitiva. Aliados do governo já começaram a se preocupar com uma possível rebelião dos senadores peemedebistas, considerados essenciais na já apertada correlação de forças no Senado. Ainda mais com a CPI do Apagão tendo sido instalada e com votações estratégicas pela frente, como a da prorrogação da cobrança da CPMF e da Desvinculação das Receitas da União (DRU).

Na reunião com Lula, Michel Temer fechou um pacote de oito indicações. Entre os nomes acertados, está o de Luiz Paulo Conde, ex-prefeito do Rio, para a presidência de Furnas, que encontrava resistência do próprio PMDB no Senado e da Casa Civil. De acordo com reportagem publicada nesta quinta-feira no jornal O Globo, Lula teria sido convencido de que a nomeação agradará a 13 deputados da bancada do Rio e o governador Sérgio Cabral, além de não haver qualquer problema que o desabone para o cargo.

Moreira Franco não deve ir para a presidência da BR Distribuidora, podendo ficar com uma diretoria da estatal ou a vice-presidência da Caixa Econômica Federal. A presidência da BR deve ficar com José Eduardo Dutra e Maria das Graças Foster, da BR, deve ir para a diretoria de Exploração da Petrobras, na qual o PMDB queria pôr um indicado do partido em Minas Gerais.

Indicado pelo próprio Michel Temer, o ex-deputado e ex-presidente da Companhia Docas de Santos Wagner Rossi irá para a presidencia da Conab. Sugerido pelo deputado Fernando Diniz, presidente do PMDB de Minas, Joanilson Laercio Barbosa Ferreira deverá ocupar a diretoria de Tecnologia do Banco do Brasil.

Para a vice-presidência de Desenvolvimento Urbano da Caixa o nome indicado pelo deputado Tadeu Filipeli (DF) - um dos maiores aliados do ex-governador Joaquim Roriz, que faz oposição ao governo Lula - foi o de Carlos Antonio de Brito, ex-presidente do Banco Regional de Brasilia (BRB).

O PMDB de Minas também está fazendo o diretor Internacional da Petrobras, para onde foi indicado João Augusto Rezende Henriques, que foi diretor comercial da BR Distribuidora no período de 1993 a 1999.

As indicações políticas foram feitas pela bancada do partido na Câmara. No encontro, o presidente Lula afirmou que as nomeações serão publicadas no Diário Oficial ao longo da próxima semana e que ele trataria pessoalmente da indicação de Conde.

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