
O governador Beto Richa (PSDB) se viabilizou como candidato a prefeito após passar quatro anos como vice de Cassio Taniguchi (DEM). Da mesma maneira, o prefeito Luciano Ducci (PSB) vai tentar sua reeleição após passar seis anos como vice do próprio Richa. Esses dois casos mostram a importância da escolha do candidato a vice nas eleições de 2012.
A maioria das lideranças partidárias ainda evita tocar nesse assunto. É quase consensual a opinião de que qualquer posicionamento ainda é prematuro, já que não se sabe ao certo quem serão os candidatos a prefeito. Até o momento, apenas duas candidaturas se mostram como certas: a do prefeito Luciano Ducci (PSB), com apoio do PSDB de Richa, e a do ex-deputado federal Gustavo Fruet (PDT).
Outro que se apresenta com uma candidatura relativamente sólida é o deputado federal Ratinho Jr. (PSC). O deputado diz ter conversas bastante avançadas com o PR, o PTdoB, o PCdoB e o PHS, que formam uma chapa avaliada como "viável" eleitoralmente. PT, PPS, PV e PSD têm seus pré-candidatos, mas ainda aguardam os próximos fatos políticos antes de definir seu rumo. No PMDB ainda há incerteza. O senador Roberto Requião lançou o nome do ex-prefeito Rafael Greca, mas o partido ainda está dividido.
Poucas certezas
Nos bastidores, diz-se que uma coisa é certa a respeito do vice de Ducci: o nome tem que ser aprovado pelo governador Beto Richa. Essa vaga deve ser do PSDB. O nome do partido era João Cláudio Derosso, presidente da Câmara Municipal de Curitiba, mas os recentes escândalos no Legislativo municipal deixaram a vaga em aberto.
Os deputados estaduais Valdir Rossoni e Mauro Moraes e o deputado federal Fernando Francischini seriam nomes fortes na disputa, além do presidente da Sanepar, Fernando Ghignone. A candidatura, entretanto, pode acabar ficando com um político de outro partido da base aliada. Ney Leprevost, Luiz Carlos Martins (ambos do PSD), Renata Bueno (PPS) e Osmar Bertoldi (DEM) também são cogitados. Para o cientista político Luiz Domingos Costa, do grupo Uninter, o perfil ideal para Ducci seria alguma figura com mais traquejo eleitoral do que o prefeito, relativamente inexperiente em eleições majoritárias.
Já no caso de Fruet, a situação está mais turva. Ainda não há nenhuma certeza sobre os partidos que devem compor sua base de apoio, o que dificulta qualquer previsão. Parlamentares do PT, do PV e até do PPS são cogitados nos bastidores, mas como todos eles lidam com a possibilidade de lançar candidatura própria, nenhum deles discute essa questão no momento. Para Costa, Fruet deve trabalhar para aumentar seu arco de alianças, e, portanto, deve buscar algum nome forte da base aliada do governo federal.
Já Ratinho diz que deve escolher um nome dos partidos de sua base aliada. Além disso, ele afirma que vai trabalhar para ampliar seu leque de alianças. "Estou fazendo minha lição de casa, tentando buscar apoio do PT e de outros partidos", comenta.
Para o cientista político Ricardo Oliveira, da UFPR, essa busca por um vice será especialmente importante no caso do deputado. "Ele precisa de mais consistência programática em seu projeto político, seu vice precisa ser alguém de um partido de maior tradição. O Ratinho só terá sucesso se conseguir superar fragilidades ligadas ao seu nome e seu partido, que são muito amorfos", comenta. Essa falta de posicionamento colabora para que Ratinho tenha uma alta rejeição entre a classe média e alta de Curitiba, o que pode frustrar suas chances no jogo eleitoral.



