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Instabilidade

Confira como foi a condução do Escritório de Representação do Paraná em Brasília nos últimos anos:

2003 – O então governador Roberto Requião designa o ex-deputado federal Nivaldo Krueger para comandar o escritório. Krueger foi suplente de Requião no Senado entre 1995 e 2002.

2008 – No segundo mandato, Requião troca Krueger pelo então suplente de deputado federal André Zacharow (PMDB).

2009 – Requião transforma o escritório em Secretaria Especial e nomeia o irmão, Eduardo Requião, como secretário. A medida foi tomada para manter Eduardo no governo sem ferir a súmula antinepotismo do STF.

2010 – Eduardo Requião deixa o cargo em maio e é substituído por Vítor Lacombe. Durante a gestão do irmão do ex-governador, o escritório passou por uma reforma orçada em R$ 158 mil. Toda a ampliação, que incluía a instalação de um estúdio de tevê, foi desativada.

2011 – Após seis meses da posse, Richa nomeia o ex-deputado federal Alceni Guerra para chefiar o escritório de representação.

2012 – Alceni deixa o cargo em janeiro e o governo anuncia uma reestruturação no escritório para alterar o modelo de financiamento do órgão, considerado ilegal pelo Tribunal de Contas. Uma lei em vigor desde 30 de maio deixou a estrutura subordinada diretamente ao governo. O novo chefe do escritório ainda não foi nomeado.

O Escritório de Represen­­tação do Paraná em Brasília permanece sem comando desde janeiro. O órgão teve cinco responsáveis diferentes ao longo das gestões Roberto Requião (PMDB) e Beto Richa (PSDB), sem nunca ter se firmado como espaço de articulação política do estado na capital federal – o que seria a sua principal função. Segundo o chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, o novo nome deve ser anunciado até a semana que vem.

"Está demorando um pouco porque precisávamos da aprovação de uma lei na Assembleia Legislativa para mudar a natureza do escritório", justificou Roldo. A legislação foi aprovada pelos deputados estaduais após menos de dois meses de tramitação e está em vigor desde o dia 30 de maio. O texto transformou a estrutura em um órgão de assessoramento subordinado diretamente ao governador e autorizou a abertura de créditos extraordinários no orçamento para reforçar o seu caixa.

No primeiro ano de governo, Richa também demorou um semestre para nomear o primeiro chefe do escritório. O ex-deputado federal e ex-ministro da Saúde Alceni Guerra ficou no cargo entre julho do ano passado e janeiro de 2012. Partiu dele a ideia de mudar a natureza jurídica do órgão, cujo modelo anterior de financiamento foi questionado pelo Tribunal de Contas do Paraná (TC).

Desde 1991, a estrutura operou como um braço da Casa Civil e recebeu recursos por meio de convênios com empresas estatais, como Copel e Sanepar. Segundo investigação do TC, os gastos feitos em 2009 durante a gestão de Eduardo Requião (irmão do então governador Roberto Requião) ocorreram "sem obediência às normas legais" e "quase na informalidade".

De acordo com Deonilson Roldo, após a mudança na legislação, o novo chefe do escritório poderá atuar como ordenador de despesas, ou seja, não dependerá de outras estruturas do governo para realizar gastos. Ainda não há informações sobre o volume de investimentos que será destinado ao órgão, nem como será aplicado. O escritório ocupa dois andares de um prédio na região central de Brasília, o Setor Bancário Norte.

Um dos andares, com 525 metros quadrados de área distribuídos em sete salas, é alugado e vem sendo subutilizado desde 2011. Reportagens da Gazeta do Povo publicadas em julho do ano passado e em janeiro deste ano mostraram que apenas duas pessoas trabalhavam no espaço. O imóvel foi reformado por Eduardo Requião para abrigar um estúdio da TV Educativa (atual­­mente eParaná), que está desativado desde 2010.

Substituto

Deonilson Roldo preferiu não revelar o nome do novo chefe do escritório. "O governador já conversou com uma pessoa que pediu tempo para pensar na proposta", afirmou. O mais cotado é o diretor-geral da Secretaria Estadual de Fazenda, Amauri Escudero.

Entre outras tarefas, o escolhido precisará fazer a interlocução entre o governo do estado e a bancada federal do Paraná. "É uma peça que está fazendo falta", diz o coordenador da bancada paranaense, deputado Osmar Serraglio (PMDB). De 2010 para 2011, a execução das emendas de bancada do Paraná caiu de 30% para 10,9%.

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