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São Paulo

Escuta da polícia flagra ordens de facção criminosa

A decisão do comando da polícia paulista de decretar estado de alerta foi tomada por causa de escutas telefônicas interceptadas terça-feira à noite. Ordens dadas por presidiários revelam que o crime organizado está pronto para atacar São Paulo novamente. Falta apenas a ordem ("salve"). Ao menos seis escutas captaram orientações de presos para que bandidos que estão fora da cadeia contatassem o maior número possível de advogados. A Secretaria de Segurança Pública decidiu manter o estado de alerta em todo o estado. Entre e a noite de terça e a madrugada de quarta, três ônibus foram queimados na região do Jabaquara , zona sul de São Paulo.

Os advogados deveriam pressionar a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) para melhorar o tratamento dado aos presos na Penitenciária II de Presidente Venceslau (P2) e suspender as transferências de presos de um raio (setor) para outro.

Na noite desta quarta-feira, outro departamento interceptou uma ordem para que os ataques não ocorressem até desfecho de negociações entre advogados e SAP. Há duas semanas, foi morto o diretor do Centro de Detenção Provisória de Mauá, Wellington Rodrigues Segura, que mantinha uma gestão rígida no presídio.

Nesta quarta-feira, três líderes da facção — Gegê do Mangue, Vida Loca e Paca — foram removidos para a Penitenciária de Presidente Bernardes.

Em documento elaborado pela polícia, as conversas entre detentos da P2 de Venceslau eram de revolta contra o confinamento de líderes da facção num único raio, onde seriam melhor monitorados. "É pra acionar os irmãos na rua e no sistema. Que é pra vir pra uma pior", transcrevia o relatório sobre as conversas no presídio. "A pegada é na rua", ameaçavam. Um segundo "salve" ameaçava a integridade dos presídios: "Se tiver bonde (remanejamento) de cela, o sistema vai pro chão."

Um departamento de polícia interceptou conversa telefônica de suspeitos. Policiais acreditam que podem ter flagrado os autores do ataque a uma viatura da PM na zona sul. Os bandidos tramavam o atentado: "Tô indo buscar o carro com a matraca (metralhadora) e 50 munições", dizia um suspeito. Ele ainda indagou ao parceiro: "Você acha que dá?".

A resposta foi entusiasmada: "Ah, dá tranqüilo! Aí... não precisa nem chegar muito perto (do alvo)", incentivou o companheiro bandido. Combinada a ação, bastava colocá-la em prática. "Então vamos que vamos", encerraram.

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