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O jornal Folha de S.Paulo trouxe novas denúncias contra o deputado federal José Janene (PP-PR) na edição de domingo (3). Na reportagem, trechos de conversas telefônicas grampeadas pela Polícia Federal (PF), no trabalho de apuração da Operação Vampiro, que investiga licitações fraudulentas para a compra de medicamentos pelo Ministério da Saúde, mostra o parlamentar buscando a ajuda de lobistas para cooptar deputados para a base aliada do governo Lula, em fevereiro de 2004.

Seriam mais indícios contra o parlamentar, acusado de ser um dos operadores do mensalão, o esquema montado pelo publicitário Marcos Valério, que destinava quantias para deputados votarem a favor do governo.

Janene é o único deputado acusado de participar do escândalo que até agora não foi julgado. Ele pediu afastamento para cuidar da saúde. O processo contra Janene na Câmara deve ficar para depois das eleições.

A conversa

Em conversas gravadas com autorização judicial, Janene teria buscado a ajuda dos lobistas Laerte Correa Jr., Eduardo Pedrosa e Frederico Coelho Neto, o Lilico, para supostamente atrair num prazo de três dias ao menos dois deputados para a bancada do PP. A conversa é cifrada. Pelas investigações, o termo partido vira "condomínio", e deputado é tratado por "inquilino" ou "carro" para encobrir negociações, que chegariam a R$ 150 mil, além de "prestações mensais", oferta supostamente patrocinada por Janene.

Em 12 fevereiro, o lobista Correa Jr. aborda o assunto com Lilico. Durante o diálogo, após Correa introduzir o tema, Janene entra na conversa e pergunta a Lilico: "Não tem nenhum de estoque, brimo?" Pelo diálogo, o deputado nem precisava ficar definitivamente no partido: "Mesmo que o cara (deputado) não queira ficar em definitivo, mas na semana que vem o cara pode sair, não tem problema (...). Dá um acerto bom". O PP buscava aumentar sua bancada para garantir maior participação e comando em 12 comissões temáticas da Câmara.

Veja mais detalhes das gravações na edição impressa do jornal Gazeta do Povo

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