Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Cabide de emprego

Aliado colocou 20 parentes na AL

Justus admite que sabia da rede de familiares do chefe de gabinete e disse achar isso “perfeitamente normal”

Veja quais são as 20 pessoas agraciadas com empregos no Legislativo Estadual |
Veja quais são as 20 pessoas agraciadas com empregos no Legislativo Estadual (Foto: )

Sócio de Nelson Justus (DEM) na rádio Litorânea de Guaratuba, Sérgio Monteiro mantém uma relação estreita com o presidente da Assembleia paranaense. Aliado político há 29 anos, ele é chefe de gabinete da presidência do Legislativo estadual. A proximidade com Justus serviu para que Monteiro conseguisse empregar pelo menos 20 parentes em cargos comissionados na Assembleia. Os pais, a mulher, a filha, sobrinhos, cunhados, concunhados e genro têm cargos na Casa – 10 deles aparecem na lista de funcionários divulgada por Justus no ano passado.

Lourdes Monteiro, mulher do chefe de gabinete de Justus, consta na lista de funcionários da Assembleia. Procurada na sala do deputado, a informação da servidora que atendeu a reportagem é de que ela dificilmente aparece por lá uma vez que fica mais tempo na Câmara de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Lourdes ajuda o filho, Sylvio Monteiro Neto (DEM), que é vereador. A Gazeta do Povo e a RPC TV encontraram Lourdes na Câmara de São José dos Pinhais em fevereiro, em plenário, numa quinta-feira à tarde. Sem saber que estava sendo filmada, ela confirmou que auxilia o filho vereador.

Professora, a mãe de Sérgio foi contratada pela Assembleia por pelo menos cinco anos. Lea Germano Monteiro mora em Curitiba, mas já tem o nome registrado na história da cidade litorânea. O colégio em que dava aulas ganhou o nome dela. O ex-vereador Sylvio Monteiro, pai de Sergio, também já foi funcionário do Legislativo estadual.

Em entrevista na segunda-feira, Nelson Justus admitiu que sabia da rede de parentes do seu chefe de gabinete e disse achar isso "perfeitamente normal".

Casa

Em Guaratuba, reduto eleitoral de Justus, a família Monteiro está construindo uma casa na beira da praia, com quatro suítes e piscina. A residência está em fase final de construção, apenas faltando os acabamentos. Segundo um dos pedreiros que trabalham no local, .

A construção da casa contrasta com a dívida de pouco mais de R$ 2 milhões que Sérgio Monteiro tem com a Justiça Federal. Os advogados de Monteiro nesses três processos são Eduardo Duarte Ferreira, Beatriz Grossi Maia e Deisi Lacerda. As duas aparecem na relação de servidores da Casa. Só para a conta bancária de Beatriz, a Assembleia do Paraná repassou mais de R$ 1,1 milhão em oito anos. As quantias mensais variam de R$ 5 mil até R$ 31 mil – valor que supera o permitido estabelecido por lei em salários para um funcionário público. Os diários oficiais obtidos com exclusividade pela Gazeta do Povo e pela RPC TV mostram que ela foi nomeada para trabalhar no gabinete da administração, à época chefiada por José Ary Nassiff, que pediu afastamento do cargo após as denúncias.

Além de defender Monteiro, Duarte Ferreira foi o advogado que assinou o habeas corpus que tirou da prisão dois funcionários da presidência da Casa – Dóris e Cezar To­­zetto. Os dois foram presos na Operação Juçara, da Polícia Federal, acusados de integrar uma quadrilha acusada de corte ilegal de palmito no litoral do Paraná. A decisão favoreceu também o procurador do município de Guaratuba, Jean Colbert Dias, que também foi detido por agentes federais. Na procuradoria, com Dias, trabalha a filha de Sérgio Monteiro, Fernanda Stela Monteiro Loiacono. Os diários mostram que ela foi contratada em fevereiro de 2001 para trabalhar no gabinete de Justus, mas atualmente ela dá expediente na procuradoria da prefeitura de Guaratuba, cuja prefeita é Evani Justus (PSDB), cunhada de Nelson Justus.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.