
O ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) Abib Miguel, conhecido como Bibinho, foi preso novamente no final da manhã desta terça-feira (6). O entendimento do Ministério Público do Paraná (MP-PR) é de que Bibinho estaria atrapalhando o andamento do processo a que responde na Justiça e, por isso, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) pediu a prisão preventiva dele.
Abib Miguel foi encaminhado para a sede do Gaeco, do MP-PR, em Curitiba. A informação foi confirmada à reportagem da Gazeta do Povo pelo coordenador do Gaeco, procurador de Justiça Leonir Batisti, às 13h45. A prisão preventiva foi decretada pela juíza Ângela Regina Ramina de Lucca, da 9.ª Vara Criminal de Curitiba.
A assessoria de imprensa do MP-PR informou que Bibinho foi preso quando saía de um restaurante em Curitiba. Durante a tarde, pouco antes das 16h, o ex-diretor-geral foi encaminhado à delegacia de Vigilância e Captura, para aguardar a transferência para o Centro de Triagem II, em Piraquara, onde deve passar a noite.
O advogado de Bibinho, Eurolino Reis, que não quis conversar com a reportagem pela manhã, disse durante a tarde que a prisão foi abusiva e que o ex-diretor-geral não deixou de comparecer a nenhuma audiência durante o processo. A defesa deve protocolar o pedido de habeas corpus para Abib Miguel nesta quarta-feira (7).
O Ministério Público não irá se manifestar sobre o caso.
Motivação
A defesa do ex-diretor-geral tentou impetrar novas petições para impedir a continuidade do processo, de acordo com o procurador de Justiça, alegando distúrbios mentais, mesmo após laudos que confirmaram a sanidade mental de Bibinho,
Diários Secretos
Bibinho comandou por mais de 20 anos a diretoria-geral da Assembleia Legislativa do Paraná e só deixou o cargo em março de 2010, quando a série de reportagens Diários Secretos revelou o esquema de desvio de dinheiro no Legislativo, que se utilizava de funcionários laranjas e fantasmas.
Após a publicação, o Ministério Público abriu investigação e concluiu que Bibinho era o chefe da quadrilha, que desviou cerca de R$ 200 milhões. Além dele, os promotores acusam os ex-diretores da Casa José Ary Nassiff (administrativo) e Cláudio Marques da Silva (de Pessoal) de envolvimento com a quadrilha.
Os três foram presos e depois denunciados pelos crimes de desvio de dinheiro, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Confira todas as reportagens da série Diários Secretos.



