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Pessuti, na convenção do PMDB: “Eu não sou funcionário fantasma. Eu sou funcionário porque em 1979, por um concurso, eu ingressei na Emater e, por uma disposição constitucional, eu tive o meu vínculo transferido para a Assembleia” | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Pessuti, na convenção do PMDB: “Eu não sou funcionário fantasma. Eu sou funcionário porque em 1979, por um concurso, eu ingressei na Emater e, por uma disposição constitucional, eu tive o meu vínculo transferido para a Assembleia”| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

Na edição que circulou no fim de semana, a revista Veja publicou reportagem de página inteira acusando o governador Orlando Pessuti de ser funcionário fantasma da Assembleia Legislativa do Paraná.

Cotado para ser candidato ao governo do estado pelo PMDB e um potencial palanque para a presidenciável petista Dilma Rousseff no estado, Pessuti vivia ontem um dia decisivo na carreira po­­lítica. Com a indefinição sobre a candidatura ao governo do senador Osmar Dias (PDT) em uma chapa apoiada por PT e PMDB, Pessuti acabou bombardeado por uma denúncia publicada exatamente no dia da convenção que poderia colocá-lo na disputa por mais quatro anos no Palácio Iguaçu.

A reportagem da revista embolou ainda mais as negociações entre PDT, PT e PMDB na formação de uma aliança e virou o principal assunto discutido nos bastidores da convenção peemedebista, realizada na manhã de ontem.

Com o título "Governador fantasma", o texto diz que Pessuti foi nomeado sem concurso, em um ato secreto de número 274/2005, como consultor administrativo da Assembleia, a partir de 25 de maio de 2005 – período em que ocupava o posto de vice-governador do Paraná. A reportagem diz ainda que ele recebe salário de R$ 12 mil pela função no Legislativo. A revista cita ainda que a primeira-dama, Regina Pessuti, foi nomeada na mesma época como consultora jurídica da Assembleia.

Pessuti foi deputado por cinco mandatos e chegou a ser presidente da Assembleia. Por sete anos e três meses foi vice-governador do Paraná e, desde abril, com a renúncia de Roberto Re­­quião para disputar uma vaga ao Senado, é o governador.

A onda de denúncias sobre funcionários fantasmas na Assembleia começou em março, com a pubicação da série de reportagens "Diários Secretos", da Gazeta do Povo e RPC TV. A reportagem da Gazeta teve acesso ao Ato 274/2005 da Assembleia. Porém, esse mesmo ato, possivelmente por alguma confusão do Legislativo, também recebe o número de 174/2005 – não é possível saber, portanto, se haveria outro Ato 274/2005.

O documento ao qual a reportagem teve acesso, porém, não trata de nomeações, como diz a reportagem da Veja, mas é um ato de enquadramento: traz a relação dos funcionários efetivos (com estabilidade) da Assembleia, com o cargo, o nível salarial e a matrícula funcional. A lista (na qual consta o nome de Pessuti) é re­­sultado de uma espécie de recadastramento feito em 2005, que visava identificar quem eram os servidores da Casa e que função desempenhavam.

Outro lado

O governador Orlando Pessuti disse ontem que não viu a reportagem da Veja. Mas, para ele, a matéria naquele momento era uma intriga política. "Eu não sou funcionário fantasma da Assembleia. Eu sou funcionário porque em 1979, por um concurso, eu ingressei na Emater e, por uma disposição constitucional, eu tive o meu vínculo transferido para a Assembleia Legislativa", disse ele. "Então eu sou funcionário concursado. Não sou funcionário fantasma da Emater, onde trabalhei, nem da Assembleia, de onde estou licenciado há 28 anos para cumprir mandato eletivo. E não recebo um centavo sequer porque estou em licença sem vencimentos", declarou.

A direção da Assembleia foi procurada para comentar a reportagem e a assessoria de imprensa informou que não se trata de um caso referente à atual gestão e que só hoje poderia responder a questionamentos.

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