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Monte Carlo

Esquema de Cachoeira faturava até R$ 3 milhões

Na CPI, procurador que investiga quadrilha do bicheiro diz que grupo via como investimento a cooptação de agentes públicos

Os procuradores Daniel Rezende e Leá Batista de Oliveira: dados sobre o esquema de Cachoeira e relato de ameaças | Geraldo Magela / Agência Senado
Os procuradores Daniel Rezende e Leá Batista de Oliveira: dados sobre o esquema de Cachoeira e relato de ameaças (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)

O esquema criminoso chefiado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, chegava a faturar mensalmente entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões com a exploração do jogo do bicho e com máquinas caça-níquel em Goiás, de acordo com o procurador da República no estado Daniel Rezende. De acordo com o procurador, cerca de R$ 167 milhões da quadrilha foram sequestrados após as operações Monte Carlo e Vegas.

Ao lado da também procurada Léa Batista de Oliveira, Rezende prestou depoimento ontem à CPI do Cachoeira. Os dois integraram as operações Monte Carlo e Vegas, da Polícia Federal, que resultaram na prisão de Cachoeira, em fevereiro.

"A movimentação financeira do grupo era imensa, muito grande. Foram feitos alguns levantamentos em que, durante um determinado período, algumas casas de jogos localizadas em alguns municípios chegavam a amealhar mais de R$ 3 milhões", disse Rezende.

De acordo com o procurador, as investigações apontaram que a quadrilha chegava a ter "prejuízo" de R$ 200 mil por máquina caça-níquel apreendida durante as operações policiais. "Por isso, eles [a quadrilha] viam a cooptação de agentes de Estado como forma de investimento para evitar as perdas com as apreensões", disse o procurador.

Rezende disse ainda que o grupo criminoso "migrava" recursos ilícitos para empresas legalmente formalizadas como forma de lavagem de dinheiro. "Os métodos utilizados para atividade espúria migravam para atividade lícita. Isso provoca, inclusive, a cartelização do mercado lícito. A literatura traz isso para a gente. Vimos isso na Itália. Começamos a ver isso, mas não conseguimos muito avanço", disse Rezende.

De acordo com o procurador, durante as investigações se identificou grande repasse de recursos por parte do contador Geovani Pereira, que está foragido, para empresas legais. "Vimos a movimentação do Geovani Pereira, que é o principal contador do esquema, para algumas empresas de construção e farmacêuticas. Conseguimos ver a migração de dinheiro ilícito para o mercado licito", frisou.

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