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No segundo mandato continua a recomendação para o não plantio de transgênicos?

Continuamos adotando o princípio da precaução porque algumas empresas, como Unilever, Carrefour e Sadia não compram transgênicos. Estamos dizendo aos produtores: tomem cuidado. Querem plantar, podem plantar. Mas é preciso fazer a rastreabilidade, a segregação e a rotulagem. Só neste ano estive três vezes com o Lula e com os ministros que podiam fazer algo pelo agronegócio.

Então o senhor não aceita as críticas de falta de atuação junto ao governo federal?

Nós agimos muito e as entidades todas são testemunhas das nossas lutas. Nós fomos a Brasília, fomos buscar os recursos. Acho que se há alguma reclamação, tem que se fazer ao Roberto Rodrigues, que era ministro da Agricultura. No âmbito do estado do Paraná, o que nós tivemos que fazer nós fizemos. Nós asseguramos a continuidade da Emater, estamos revitalizando o Iapar, contratando 550 técnicos, criamos um centro paranaense de referência em agroecologia e agimos em favor da agroindústria familiar. Vamos fazer um olho no olho e colocar os pingos nos is, pois não aceitamos ser tachados de inimigos do agronegócio. Acho que algumas cobranças podem ser feitas ao governo estadual e federal, mas muitas delas devem ser feitas aos nossos senadores e deputados.

Como o senhor acha que será o relacionamento do governo estadual com os senadores do Paraná: Osmar Dias (PDT), Alvaro Dias (PSDB) e Flávio Arns (PT)?

Não tenho problema algum com eles, mas teremos que superar as dificuldades de relacionamento de ordem política. Como todos eles foram à campanha dizendo que tudo fariam no exercício de seus mandatos para ajudar o Paraná, eu espero que eles, dentro do princípio democrático, compreendam o resultado das urnas e nos ajudem a fazer o melhor governo possível para os paranaenses.

O que o senhor e o governador Roberto Requião podem fazer para conquistar a metade do eleitorado paranaense, cerca de 2,6 milhões de pessoas que votaram em Osmar Dias?

Podemos fazer um governo melhor nos próximos quatro anos do que fizemos até agora. Hoje temos o Paraná melhor estruturado. Para conquistar a aprovação desses eleitores que votaram no Osmar ou nos demais candidatos no primeiro turno, vamos procurar colocar em prática o nosso plano de governo, que foi aprovado nas urnas no dia 29 de outubro pela maioria dos eleitores do Paraná.

O senhor tem essa expectativa de fazer um governo melhor mesmo com a experiência recente do Brasil, que mostra que o 2.º mandato daqueles que foram reeleitos foi pior do que o 1.º?

Aqueles que ocuparam um 2.º mandato não tinham um projeto político. O Requião tem planos políticos para o futuro. Ele nunca escondeu isso de ninguém e já tentou se lançar para a Presidência da República. Eu tenho uma trajetória política de 24 anos e entendo que não devo parar por aí. Imagino que eu possa ser um senador da República ou governador do Paraná. Assim como o Requião pode ser presidente da República, ou vice, ou disputar o Senado. Nós temos certeza que vamos fazer um governo melhor porque partimos de um patamar melhor. No sistema penitenciário vamos ter 11 mil vagas a mais. Com certeza vamos ter uma segurança pública melhor do que tivemos até agora, pois contratamos pessoal, compramos veículos. Temos a Sanepar revigorada, a Copel estruturada.

Como o senhor avalia a relação da imprensa com o governador Roberto Requião?

O que nós queremos é ter o melhor dos relacionamentos com toda a imprensa. Não podemos continuar numa situação de atrito, mas não se pode creditar apenas ao governador Requião esse relacionamento conflituoso que temos tido com alguns órgãos da imprensa. Eu pessoalmente torço e trabalho para que o relacionamento com a imprensa seja amistoso, cordial e recíproco.

O senhor já manifestou a vontade de continuar na vice-governadoria e seguir uma carreira política, deixando de lado o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas (TC), para o qual foi eleito em março. Mas por que o senhor aceitou ser indicado como conselheiro?

Quando aceitei disputar a indicação na Assembléia Legislativa é porque recebi o apelo de pelo menos 24 deputados. Naquele momento nós estávamos construindo uma aliança que poderia ter o Osmar Dias como vice do Requião. Sendo assim, eu teria que abrir mão da minha candidatura à vice-governadoria e por isso aceitei a indicação ao TC. Mas o Requião me avisou que não iria me nomear enquanto as negociações não estivessem finalizadas. Foi feita a coligação com o PSDB, que logo depois foi anulada e então o governador me colocou como vice na chapa. Eu, que tinha compromisso de ser companheiro até o final da jornada, aceitei o pedido dele e dos deputados. Agora vamos aguardar o término desse processo eleitoral. A questão do TC permanece em aberto, pois não posso nesse momento abdicar desse direito que adquiri. O processo eleitoral ainda está em curso, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) precisa nos proclamar como eleitos, depois fazer a diplomação e a posse ocorre apenas em 1.º de janeiro. Mas já disse que prefiro continuar como vice-governador para, quem sabe, chegar a ser governador do Paraná.

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