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"Bom-dia papai, bom-dia mamãe". Estas foram as primeiras palavras da estudante Priscila Aprígio da Silva, de 13 anos, às 7h de sábado, quando acordou e viu os pais, emocionados, ao lado de sua cama, no Hospital Alvorada. Os dois não conversavam com ela desde a última quarta-feira, quando a menina foi baleada nas costas em um ponto de ônibus da Avenida Ibirapuera, na zona sul, durante assalto a uma agência do Banco Itaú.

Priscila soube no final da tarde que está paraplégica. Foi o irmão mais velho, o enfermeiro Leandro Aprígio dos Santos, de 27 anos, quem contou. Os pais queriam esperar mais um pouco para dizer, já que os médicos haviam dito que a lesão na medula pode ser reversível por causa da idade da menina. Segundo Leandro, a estudante não se abalou.

- Priscila disse que não quer tristezas e está preparada para o que vier. Ela também falou que a gente tem de ser forte e ter Deus no coração - conta a mãe, Maria de Fátima Aprígio da Silva, de 47 anos.

Segundo ela, a filha a deixou muito emocionada ao afirmar que chegou a pensar que ia morrer.

- Ela falou que, naquela hora, a única coisa que pensou foi em mim - disse.

De acordo com a família, a estudante comentou com o irmão que teria mexido um dos dedos do pé.

- Mas isso não aconteceu. Ela só pensa que mexeu. Acho até que já havia percebido o que estava acontecendo. Ela é muito esperta - afirma Maria de Fátima.

A mãe conta que a filha se lembra de tudo o que aconteceu no ponto de ônibus e sentiu as costas arder no momento em que levou o tiro.

- Ela havia acabado de me ligar para dizer que estava no ponto. Não passou nem dois minutos, telefonou de novo falando que havia sido baleada e estava cheia de sangue - lembra.

Telefona e desmaia

Após o telefonema, Priscila desmaiou e só recobrou os sentidos na UTI, quando o pastor Dijael dos Santos, da Igreja Adventista do Sétimo Dia - que a família freqüenta - a visitou. O pastor conta que a menina apertou as mãos dele quando ouviu chamá-la e, logo depois, abriu os olhos e sorriu.

- Os médicos estavam fazendo a parte deles, que é física, e eu a minha. Disse a eles que a Priscila ia se recuperar e ela acabou saindo da UTI antes do previsto - diz.

Apesar de todo o sofrimento, a família está resignada e diz que encontra forças em Deus para lutar.

- Deus proverá, está tudo nas mãos dele - diz a mãe.

A estudante recebeu neste sábado a visita e a promessa de ajuda do governador de São Paulo, José Serra. O governador chegou por volta das 14h no hospital acompanhado da médica fisiátrica Lina Mara Rizzo Batistella, do Hospital das Clínicas. Serra ofereceu à família assistência médica diramte o período de recuperação. Ele conversou com a adolescente por pelo menos meia hora e dosse quie a garota está animada e muito segura em relação a recuperação.

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