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As estradas federais brasileiras têm 1.819 pontos suspeitos de exploração sexual de crianças e adolescentes. São postos de gasolina, bares, boates, hotéis e motéis identificados em mapeamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Até julho, a PRF prendeu 152 adultos acusados de explorar menores de idade. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira, foi feito em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

- Há uma grande quantidade de motéis, bares e postos de gasolina onde crianças se aglomeram em busca de um prato de comida ou de um refrigerante, não necessariamente de dinheiro - disse a coordenadora do Projeto de Combate ao Tráfico de Pessoas da OIT, Thaís Dumêt Faria.

De acordo com o levantamento, Minas Gerais é o estado com o maior número de pontos suscetíveis à exploração sexual de menores nas estradas federais. São 290 locais suspeitos - como bares e postos de gasolina. No Amapá, a PRF não identificou nenhum ponto vulnerável.

O coordenador de Controle Operacional da PRF, inspetor Alvarez Simões, esclareceu que o maior número de pontos vulneráveis em Minas não significa, necessariamente, que o estado lidere o ranking de exploração sexual infanto-juvenil, da mesma forma que a ausência de estabelecimentos suspeitos no Amapá não quer dizer que o crime não exista no estado. O levantamento foi feito por policiais de cada estado, sem uma metodologia uniformizada. Ou seja, é possível que policiais de um estado tenham considerado vulnerável um tipo de estabelecimento que, em outro estado, ficou fora do levantamento.

Minas Gerais é o estado com a maior malha viária federal. São 14.100 quilômetros de um total de cerca de 60.000 quilômetros de rodovias em todo o país.

Via Dutra é recordista de pontos de exploração sexual de menores no Rio

O Rio de Janeiro tem 56 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes, segundo o mapeamento. O levantamento aponta seis estradas: BR-040, BR-101, BR-116, BR-393, BR-495 e BR-356. A maior concentração de estabelecimentos suspeitos ocorreu na BR-116, a Via Dutra, que conta com 27 locais vulneráveis.

Acoordenadora do Projeto de Combate ao Tráfico de Pessoas da OIT disse que o combate à exploração sexual de menores requer ações repressivas e de assistência às crianças e às suas famílias.

- Se a polícia atua muito bem na repressão, os pontos de exploração mudam. Até porque a situação de vulnerabilidade da criança permanece - disse.

De acordo com o inspetor Simões, o levantamento foi feito entre o segundo semestre de 2006 e o primeiro semestre de 2007. O mapeamento anterior, realizado um ano antes, identificou um número menor de locais suspeitos: 1.222. No balanço terminado em 2005, foram detectados 844 estabelecimentos.

O inspetor afirmou que o aumento reflete a melhoria da fiscalização e não a disseminação da exploração sexual de crianças e adolescentes.

- O mapeamento deste ano indica o aumento da capacidade da polícia em flagrar esse tipo de crime - afirmou Simões.

O mapa traz informações detalhadas por estado, indicando a estrada e o quilômetro específico onde está localizado o estabelecimento suspeito. O nome dos locais, porém, não foi divulgado. Simões disse que os proprietários serão notificados. O objetivo é que fiquem atentos e alertem a polícia sobre a prática desse tipo de crime.

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