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A revelação pela revista Veja de que Roberto Marques, o "Bob", espécie de "faz-tudo" de José Dirceu, foi um dos sacadores das contas das agências de Marcos Valério enfraqueceu a linha-mestra da defesa que o ex-ministro prepara para seu depoimento no Conselho de Ética.

Estrutura abalada 2 – Até então, a estratégia do deputado petista era se dizer vítima de um processo político e sustentar que não existem provas cabais contra ele.

Comitê da crise – Nas últimas semanas, Dirceu tem consultado o presidente do STF, Nelson Jobim. Também conta com a consultoria informal de Fernando Neves, presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República e ex-advogado de Collor.

Em todo caso – O ex-ministro tem descartado a renúncia e afirmado que vai lutar até o final. Mas já decidiu que recorrerá ao Supremo se perder o mandato.

Braçadeira 1 – Do presidente Lula, em dezembro de 2003: "Não sei se teríamos conseguido fazer o que fizemos na nossa relação com o Congresso se a gente não tivesse a coordenação de um companheiro como o José Dirceu".

Braçadeira 2 – Ainda Lula: "Não sei todos os acordos que ele faz no Congresso, o fato concreto é que nos momentos difíceis o Dirceu, o presidente Sarney, os nossos líderes e o João Paulo, depois de tanta choradeira, me comunicavam: ‘Olhe, foi feito o acordo, vai votar amanhã e vai passar’".

Casa de ferreiro – Lula tem comparado à construção de uma casa a crise. Diz que em dois anos e meio construiu o telhado e estava finalizando a pintura quando passou alguém e jogou um caminhão de lama nas paredes.

Sem fronteiras – Generoso na concessão de empréstimos ao PT, avalizados por Marcos Valério, o BMG abacanhou, durante a gestão de Marta Suplicy, o crédito consignado do funcionalismo municipal paulistano. O banco mineiro também controla a linha de crédito para aposentados do INSS.

Bateu no teto 1 – O governo avisou sua tropa na CPI dos Correios: não quer ver abordado o "adiantamento" do PT a Lula com dinheiro do fundo partidário. Nem os fundos de pensão que teriam beneficiado os bancos Rural e BMG.

Bateu no teto 2 – Quando o assunto foi discutido na reunião fechada da quinta-feira, governistas chegaram a falar em "sinais negativos na economia" e "possível problema de governabilidade".

Quebra-cabeça – Líderes do PP estão em campo atrás de notas fiscais frias que justifiquem os saques feitos pelo assessor do partido João Cláudio Genu nas contas das agências de Marcos Valério.

Memória seletiva – Como as quebras de sigilo de Marcos Valério pela CPI são posteriores a 2000, deputados se perguntam quem teria vazado as movimentações do empresário com o PSDB de Minas Gerais em 1998 senão o próprio?

Plataforma sólida – O prefeito do Rio, César Maia, tem dito à cúpula de seu PFL que não sairá candidato a presidente na condição de trampolim dos tucanos. Caso ele desista, o partido tem uma carta na manga: o senador Marco Maciel

Palmo a palmo – Na negociação com o PSDB, o PFL não quer conversar apenas sobre o posto de vice nas eventuais coligações. Pretende ver os tucanos abrindo mão de encabeçar chapas em estados.

Tiroteio

Do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (PFL), sobre o enraizamento e a abrangência do "valerioduto" em Minas Gerais:

– Ouvi de um prócer da República que viu a lista nas mãos do presidente do Banco Rural que não sobra um político para contar a história. Exagero, mas quer dizer que a lista é ampla.

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