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Atualizado em 17/11/2006 às 19h36

A estudante Carla Sobrado Casalle, de 22 anos, que fazia tratamento contra anorexia, foi enterrada nesta sexta-feira no Cemitério São Bento, em Araraquara, interior do estado. Ela morreu na manhã de quinta-feira no Hospital Beneficência Portuguesa da cidade, onde estava internada há três dias. Carla Sobrado teve duas paradas cardíacas, e estava bastante debilitada por conta da anorexia. A estudante, que tinha 1,74 metro, pesava 55 quilos quando morreu.

- Ela não estava tão magra quanto a Ana Carolina (modelo que morreu na última terça-feira, também em decorrência da anorexia) porque tinha uma constituição grande. Tinha sido campeã de natação. Era uma moça alegre, bonita e cheia de vida, mas foi murchando como uma flor - afirmou a avó de Carla, Maria Luiza Sobrado.

A estudante passou no vestibular para Moda, na faculdade Anhembi Morumbi, com 17 anos e foi estudar na capital paulista.

- Ela fez três semestres, depois fui buscá-la para fazer o tratamento contra anorexia. Não foi a faculdade que fez isso com ela, foi essa mania de magreza que impera no mundo - disse a avó, contando que a jovem sempre se preocupou em manter a forma.

- Ela não queria ser gorda, mas não era radical. A mania de regime veio depois. Nas fases boas, tinha dia que ela comia bem: um peixe, uma carne e verduras. Mas bastava engordar um pouquinho, nem um quilo, que já era motivo para regime - afirmou a avó, contando ainda que Carla bebia muita água e, algumas vezes, se pesava em seguida e alegava que tinha engordado e precisa fazer dieta.

Depois que começou o tratamento, a avó afirma que Carla passou a alterar fases boas e ruins. No primeiro semestre do ano, ela passou no vestibular para psicologia, em uma faculdade de Araraquara.

- Ela disse que o curso ia ajudá-la e depois ela também poderia ajudar outras pessoas - contou Maria Luiza, acrescentando que a jovem teve de trancar a matrícula no fim do primeiro semestre, por causa de uma nova recaída da doença, que veio acompanhada de uma depressão profunda.

- Eu fiz de tudo, mas parece que chega uma hora em que o próprio doente não quer mais viver, não quer reagir - diz.

Para as famílias que passam pelo mesmo problema, Maria Luiza afirma que é preciso dar muito apoio e carinho.

- Os pais têm que tomar o máximo cuidado e observar a alimentação. É preciso ser severo e impor limites, mas também tem que dar apoio, carinho e compreensão - afirmou, emocionada.

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