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Os estudantes voltaram às ruas da capital, nesta terça-feira, para protestar contra o aumento na tarifa de transportes públicos em São Paulo. Depois de uma passeata que começou no vão livre do Masp e percorreu a Avenida Brigadeiro Luis Antonio e o centro da cidade, os manifestantes encerraram o protesto com a queima de caixões simbólicos do prefeito Gilberto Kassab e do governador Claudio Lembo, em frente à prefeitura.

De acordo com a União Nacional dos Estudantes (UNE), cerca de 700 pessoas, entre estudantes e sindicalistas, participam da passeata. Para a Polícia Militar, o protesto, que está sendo chamado de "Levante do Busão", reuniu 250 pessoas. Os estudantes pedem que a população pule a catraca dos ônibus e do metrô em repúdio ao reajuste das passagens, que entra em vigor na próxima quinta-feira. A tarifa de ônibus, trem e metrô foi aumentada de R$ 2,00 para R$ 2,30. O Bilhete Único integrado passa para R$ 3,50.

Durante todo o trajeto, os manifestantes foram acompanhados de perto pela polícia, que em vários momentos tentou conter o protesto ou dispersar os estudantes. Quem estava na passeata reagiu com irreverência. Quando um dos policiais atirou gás pimenta contra os estudantes, eles jogaram confetes e espuma de volta. De acordo com a assessoria de imprensa da UNE, a orientação é para que os manifestantes evitem o confronto com a polícia. A entidade espera, com o protesto, reverter o aumento, como já ocorreu em outras capitais, como Salvador e Recife.

Uma nova manifestação está marcada para esta quarta-feira, às 9h, na Praça da Sé, novamente com caixões simbólicos e ônibus de papelão, que devem ser queimados na frente da Prefeitura mais uma vez. Mais uma vez, os estudantes querem ser recebidos pelo prefeito Gilberto Kassab para argumentar contra o aumento. Kassab já disse que não irá receber os manifestantes.

Acompanhadas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e de outros movimentos sociais, as entidades estudantis pretendem apresentar ainda nesta quarta com pedido de ação civil pública no Ministério Público para barrar o aumento. As entidades pretendem conseguir liminar no Tribunal de Justiça impondo a suspensão da alta. Eles alegam que o aumento fere artigos do Código de Defesa do Consumidor.

- Houve um abuso do Executivo, que não levou em consideração o impacto do reajuste na economia. É preciso discutir um outro valor de reajuste. Qual categoria teve reposição salarial de 15%? Governo e Prefeitura também têm de entender que vivemos agora uma época de inflação baixa - afirma Edilson de Paula, presidente da CUT em São Paulo, acrescentando que manifestantes também querem discutir a suspensão de subsídios, como a do bilhete múltiplo do Metrô.

Na última sexta-feira, o Parque Dom Pedro II foi transformado num palco de batalha quando a Polícia Militar entrou em confronto com cerca de 500 estudantes que protestavam contra o aumento. Os manifestantes tinham bloqueado os acessos ao terminal de ônibus.

Pelo menos dois policiais militares e dois estudantes sofreram ferimentos leves. Um dos estudantes teve escoriações nas pernas, barriga, peito e braços. Ele foi detido com outro colega e foram acusados de quebrar as janelas de um ônibus dentro do terminal. A PM usou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo, spray de gás pimenta e balas de borracha.

- Os policiais foram irresponsáveis. Atiravam bombas na rua. Corri até a Estação Sé do metrô e ainda ouvia o barulho das bombas - disse a estudante Monique Fernandes, de 23 anos.

Nesta segunda-feira, uma outra manifestação ocorreu em frente ao prédio da Prefeitura, mas a chuva atrapalhou o protesto e apenas um grupo de 30 jovens participaram. Alguns deles estavam vestidos de palhaços para protestar contra o aumento. Os jovens já realizaram três manifestações contra o reajuste das tarifas.

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