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O boletim Notas Econômicas, elaborado pela Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), diz que o crescimento de 2,3% da produção industrial em dezembro de 2005 na comparação com novembro, na série livre de influências sazonais, apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi superdimensionado.

De acordo com os técnicos da CNI, quando as distorções provocadas pela combinação de um calendário atípico com fatores sazonais inadequados são corrigidas, os dados mostram que a atividade industrial ficou estável no período.

Os técnicos lembram que dezembro teve dois dias úteis a mais do que o usual, o que não teria sido percebido pelo modelo de dessazonalização do IBGE, distorcendo o resultado do mês. Além disso, o IBGE utiliza uma série histórica de 15 anos, considerada muito longa e que não considera as mudanças estruturais que afetaram o padrão sazonal de produção ao longo do tempo.

No início dos anos 90, por exemplo, agosto era o mês em que a produção industrial era maior, enquanto que, nesta década, outubro passou a ser o mês de maior atividade industrial. O boletim destaca que, na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), convencionou-se que o tamanho ideal de uma série para dessazonalização é de sete a 10 anos.

Portanto, ao utilizar outro método, com ajuste para dias úteis e com base em uma série histórica de dez anos, observa-se um aumento de 0,2% da indústria de transformação em dezembro na comparação com novembro. Essa estabilidade contrapõe-se à expansão de 2,3% da indústria geral e de 2,2% da indústria de transformação, apuradas pelo IBGE.

Segundo o economista da CNI Paulo Mol, também não houve crescimento no quarto trimestre em relação ao terceiro, como apontado pelo IBGE, mas uma acomodação da atividade.

- No quarto trimestre, foi observada uma importante redução de estoques que estavam acima do planejado. As vendas cresceram, mas esse comportamento não foi acompanhado pela produção industrial - afirma Mol.

Na avaliação do economista, a atividade do setor permanecerá estável no início deste ano, por causa da necessidade de se reduzir ainda mais os estoques. No entanto, será possível observar uma retomada do crescimento da produção a partir do segundo trimestre, considerando a continuidade dos juros em patamares mais baixos e dos salários em expansão. A informação é do site da CNI.

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