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Terminal do Guadalupe: ameaçada pela briga entre Curitiba e o estado, a integração do transporte da região é uma das atribuições da Assomec | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Terminal do Guadalupe: ameaçada pela briga entre Curitiba e o estado, a integração do transporte da região é uma das atribuições da Assomec| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Luizão diz ter sido "perseguido" pelo governo estadual

O prefeito de Pinhais e atual presidente da Assomec, Luizão Goulart (PT), decidiu não concorrer à reeleição ao cargo na associação. Ele considera ter sido "perseguido" pelo governo estadual – resquício da tumultuada eleição de 2013 na Assomec, quando o Palácio Iguaçu apoiou Aldnei Siqueira (PSD). "Prefiro não concorrer. Fui prejudicado e a associação também", diz o petista. "Como presidente da Assomec, tentei encaminhar algumas coisas com o governo do estado, sentar para discutir transporte coletivo, subsídio [dinheiro repassado à Urbs, ligada à prefeitura, para administrar as linhas metropolitanas de transporte] e [o governo] ‘meio’ que me boicotava", afirma ele.

O prefeito de Pinhais deixa a associação sem conseguir resolver três grandes problemas que afligem a Região Metropolitana. Além da integração do transporte público, os consórcios envolvendo a saúde e o tratamento do lixo seguem sem solução definitiva. "Temos o aterro sanitário de Fazenda Rio Grande, mas não criamos outras alternativas. Já em relação à saúde, a questão é a alta complexidade, que precisa de um apoio maior e depende do governo do estado." A licitação para o Sistema Integrado de Aproveitamento de Resíduos Sólidos (Sipar), responsável por receber o lixo de Curitiba e outros 18 municípios, está parada por causa de ações na Justiça.

A reportagem procurou o governo do estado, que preferiu não se manifestar sobre as críticas de Luizão.

Diferentemente da conturbada disputa de 2013, a eleição deste ano para a presidência da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) está "esvaziada", caminhando para uma decisão por consenso. Há dois anos, a disputa pela Assomec foi marcada por troca de acusações, brigas judiciais e pela "guerra" política entre os grupos do governador Beto Richa (PSDB) e da senadora Gleisi Hoffmann (PT) – ambos pré-candidatos ao Palácio Iguaçu à época.

Em teoria, a Assomec deveria ser o órgão de discussão entre os prefeitos da região para solucionar desafios tais como a integração do transporte público e a implantação dos consórcios intermunicipais de saúde e do lixo. Mas os municípios pouco avançaram nesses assuntos – algo que ficou ainda mais evidente com a greve de cobradores e motoristas de Curitiba e região nesta semana e com a ameaça de desintegração do sistema metropolitano de transporte público.

Sem inscritos

A eleição da Assomec ocorre hoje, às 19 horas, na sede da associação, no bairro Cabral, em Curitiba.

Apesar de até a noite de ontem nenhuma chapa ter sido inscrita oficialmente, a tendência é que uma reunião hoje entre os 29 prefeitos que compõem a associação, pouco antes da votação, finalize o acordo costurado pelo prefeito de Contenda, Carlos Eugênio Stabach (PMDB).

Carlão, como é mais conhecido, trabalha por uma chapa única. É, também, o mais cotado para assumir a presidência da Assomec, em substituição ao prefeito de Pinhais, Luizão Goulart (PT), que desistiu de concorrer à reeleição.

"Estou pleiteando a presidência, mas desde que seja consenso do grupo. A resposta tem sido positiva", afirma o peemedebista, que faz parte da base de apoio de Richa. "Precisamos de união e um grande diálogo com o Palácio Iguaçu. Chega de divergência."

Outro cotado nos bastidores para o cargo, Luiz Carlos Setim (DEM), prefeito de São José dos Pinhais, também prega a chapa única e diz que tende a apoiar Carlão caso ele confirme a candidatura.

Pleito tumultuado

Em 2013, a eleição mobilizou os grupos de Richa e de Gleisi. A chapa apoiadas pela petista e pelo prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), levou a melhor, elegendo Luizão Goulart (PT). Derrotou o candidato de Richa, Aldnei Siqueira (PSD), prefeito de Almirante Tamandaré.

O pleito foi tumultuado. Terminou empatado por 14 a 14 – o prefeito de Agudos do Sul, Antônio Gonçalves da Luz (PP), não compareceu à votação. A Comissão Eleitoral, formada por três prefeitos, decidiu então pela eleição de Luizão, por ele ser mais velho que Siqueira. O caso foi parar na Justiça, que até hoje não tomou uma decisão.

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