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Brasília (AE) – Sócio de Marcos Valério Fernandes de Souza na agência de publicidade SMP&B, o publicitário Cristiano Paz disse ontem, em sessão conjunta das CPIs do Mensalão e dos Correios que concordou com os empréstimos feitos pela empresa ao PT e que recebia "uma pilha de cheques para assinar". Também revelou que os cheques do que chamou de "conta PT" não traziam os nomes dos destinatários.

"Chegava uma pilha de cheques para eu assinar – eu até me incomodava, não tinha tempo para conferir", contou, lembrando que todos os cheques da agência deviam ser assinados por no mínimo dois sócios. "Os da ‘conta PT’ vinham separados, e eu assinava na confiança. Mas não eram nominais a ninguém."

Ele disse que concordou com o argumento de que seria bom para a empresa fazer um favor ao PT e que confiou no relacionamento de Valério com o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares, como garantia de que o dinheiro emprestado seria devolvido. O publicitário negou conhecer o esquema de caixa 2 montado por Marcos Valério e Delúbio.

Ele não convenceu os parlamentares, que apresentaram dúvidas sobre os motivos que teriam levado a empresa assumir um risco tão grande, emprestando dinheiro a um partido. "Eu senti um desconforto por causa da dívida. Mas o Marcos Valério dizia: ‘Não se preocupe, o partido vai pagar. Você acha que vou ser irresponsável, acha que eu seria louco?" O que me foi passado é que os empréstimos eram lastreados em compromissos assumidos junto ao PT."

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