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pacote da discórdia

“Eu era mais um indignado”

Servidor da saúde, Giordano Oliveira virou um dos ícones da ocupação da Assembleia ao ser imobilizado por um policial

 | Brunno Covello/Gazeta do Povo
(Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)
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Assim que viram deputados desembarcando de um ônibus da Tropa de Choque e entrando escoltados à Assembleia Legislativa do Paraná, na última quinta-feira, os manifestantes que estavam do lado de fora decidiram invadir o prédio. Gritando palavras de ordem em um megafone, o servidor da saúde Giordano Oliveira, de 31 anos, foi um dos primeiros a passar com facilidade pelo primeiro cordão de isolamento feito por policiais. No segundo cerco, no entanto, a coisa engrossou. Em meio a bombas de efeito moral que explodiam e a jatos de spray de pimenta, Oliveira foi imobilizado por um PM, que lhe aplicou uma gravata, fazendo com que desmaiasse.

SLIDESHOW: Veja como foi a agressão

A cena foi registrada pelo repórter-fotográfico Brunno Covello, da Gazeta do Povo. Com mais de 8 mil compartilhamentos pela página do jornal no Facebook, a foto acabou se tornando uma das mais representativas da semana de luta dos funcionários públicos contra o "pacotaço" que o governo pretendia aprovar no Legislativo.

"A gente faria qualquer coisa para impedir aquela votação. Eu era só mais um indignado, que estava tentando defender o meu direito", diz Oliveira. Assim que desmaiou, ele foi arrastado por outros manifestantes para longe do tumulto. Perdeu o megafone, mas continuou no protesto a tempo de comemorar a retirada dos projetos. "Eu só vi a foto depois. E me surpreendi com a repercussão", afirma.

Oliveira havia participado da ocupação da Assembleia na última terça-feira. Ironicamente, ele havia sido um dos manifestantes que ofereceram água e comida aos policiais. Recebia parabenizações dos PMs por causa da "luta".

"O moral da tropa estava baixo porque eles também estavam sofrendo com essa política de austeridade. Eu acho que a polícia entendia que a manifestação era justa", afirma. "Não estavam motivados a reprimir, mas mostraram truculência porque receberam ordens. É um governo que não quer diálogo."

Intervenção

Responsável pelo clique, o repórter-fotográfico Brunno Covello cobriu todos os dias da ocupação da Assembleia. Ele relata que até então o clima era "leve" em relação a outras manifestações. "Vi muitos sinais de cordialidade e respeito entre policiais e manifestantes. Era diferente."

Policiais chegaram a pedir que ele tivesse critério para divulgar as fotos, temendo impacto negativo. "É como se eles nos dissessem: 'Não queríamos, mas tivemos que intervir'.". Em relação à repercussão da imagem, ele destaca o aspecto histórico. "Se os fotojornalistas não estivessem ali, ninguém saberia que houve esses momentos tensos."

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