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Hospital Evangélico: ex-presidente diz que funcionamento pode ter atendimento prejudicado se tiver de devolver dinheiro |
Hospital Evangélico: ex-presidente diz que funcionamento pode ter atendimento prejudicado se tiver de devolver dinheiro| Foto:

Enfrentando um momento turbulento que envolve a suspeita de irregularidades no uso de recursos públicos federais e uma crise interna, a Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba (SEB) perdeu seu terceiro presidente em pouco menos de três meses. Deimeval Borba renunciou à presidência da entidade na última quinta-feira. Borba estava no cargo havia apenas duas semanas. Tinha substituído Mauro Seraphim, cuja gestão durou cerca de dois meses, em substituição a Irineu Ro­­drigues. Na próxima terça-feira haverá uma reunião extraordinária do conselho da SEB para eleger o novo presidente. A entidade é a mantenedora da Faculdade e do Hospital Evan­gélico.

A SEB foi envolvida em agosto do ano passado no escândalo de contratos do Ministério do Turismo com organizações não governamentais (ONGs). O Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou indícios de irregularidades na execução de um convênio de 2009 da SEB com o ministério para treinar agentes turísticos para a Copa de 2014 – à época a entidade era presidida por Darby Valente.

A SEB contesta a avaliação do TCU e nega ter cometido ilegalidades na execução do contrato. Mas corre o risco de ter de devolver R$ 3,1 milhões aos cofres federais, caso o tribunal mantenha seu parecer.

Segundo Deimeval Borba, o funcionamento do hospital poderia ser inviabilizado se a entidade tiver de devolver o dinheiro. Na semana que passou, um grupo de médicos do hospital fez um manifesto ameaçando suspender o atendimento caso todos os diretores da SEB não fossem trocados. O corpo clínico, no entanto, voltou atrás e resolveu não paralisar os trabalhos, embora a pressão pela troca da direção continue. As reclamações vão desde atraso de salário até a falta de recolhimento do INSS por parte do hospital.

Apesar do caso do Turis­­mo e de uma dívida de cerca de R$ 270 milhões, Borba diz acreditar que o Hospital Evangélico jamais vai deixar de atender à população.

Sem comprovação

Borba admite que o escândalo do Turismo refletiu no trabalho da diretoria da entidade. "O assunto escandalizou a SEB pela forma como foi colocada pelo Minis­tério do Turismo. Mas ainda não há comprovação das irregularidades", diz ele.

Diante das suspeitas, quatro das 13 denominações evangélicas que compõem o Conselho da SEB solicitaram à direção uma relação de documentos referentes ao contrato. Borba afirma que a direção da SEB atenderá à demanda até o próximo dia 14.

Segundo o ex-presidente da entidade, ainda neste mês o deputado federal André Zacharow (PMDB-PR) e os diretores da SEB na época do contrato sob suspeita terão de dar explicações para a direção da Evan­­­gélica. Presidente da SEB por cerca de 20 anos, Zacharow foi o autor das emendas parlamentares, em 2009, que garantiram recursos do Turis­­mo para a entidade.

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