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Guilherme Gonçalves é um dos mais renomados advogados eleitorais do Paraná | Brunno Covello/Gazeta do Povo/Arquivo
Guilherme Gonçalves é um dos mais renomados advogados eleitorais do Paraná| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo/Arquivo

O advogado paranaense Guilherme Gonçalves foi alvo de um mandado de condução coercitiva ainda não cumprido dentro da segunda fase da Operação Riquixá, que investiga a existência de organização criminosa no transporte coletivo em cidades do Paraná e também no Distrito Federal. Gonçalves foi advogado da senadora Gleisi Hoffmann (PT) e do atual secretário do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Jr .(PSC). Ele chegou a ter um mandado de prisão contra si expedido durante a Operação Custo Brasil – um desdobramento da Lava Jato conduzido pela Justiça Federal de São Paulo.

Acompanhados de um advogado de Gonçalves, as equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriram mandados de busca e apreensão na casa e no escritório do advogado. Ele, porém, não foi ouvido ainda porque estava fora da capital, mas já afirmou que seu advogado negocia uma data para depoimento (leia o outro lado abaixo ).

Guilherme Gonçalves foi sócio do também advogado Sacha Reck, que chegou a ser preso durante a primeira fase da Operação Riquixá. Eles desfizeram a sociedade em dezembro de 2013, mês em que o escritório dele deixou de atender o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Curitiba e Região (Setransp). Naquela altura, a licitação do transporte coletivo de Guarapuava já havia sido consumada. A concorrência suspeita de fraude ocorreu em 2009.

Delação envolve empresários de ônibus de Curitiba em esquema investigado em Guarapuava

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Tanto Gonçalves quanto Reck também chegaram a ser investigados pela Lava Jato. O escritório de deles seria uma das empresas indicadas pelo operador Alexandre Romano para receber recursos oriundos de desvios efetuados por uma empresa do grupo Consist, que atua na área de informática. Tanto o novo escritório de Gonçalves quanto o de Reck foram alvo de mandados de busca e apreensão durante a 18ª fase da operação, batizada como Pixuleco II. Mais tarde, o caso Consist passou para a Justiça Federal de São Paulo.

Em junho de 2016, Guilherme Gonçalves foi alvo de um mandado de prisão por conta de documentos e controles apreendidos no escritório dele em agosto de 2015. Essa provas mostrariam, segundo a investigação, repasses da empresa Consist que podem ter ligação com o pagamento de honorários de campanhas da senadora Gleisi. Segundo os investigadores, Gonçalves seria o responsável por administrar o “Fundo Consist”.

Na área do transporte coletivo, Reck já havia sido denunciado à Justiça pelo Ministério Público devido a suspeita de que ele teria atuado como consultor na elaboração do edital de licitação de Guarapuava e atendido a empresa que venceu a concorrência. Mesma suspeita paira sobre ele no Distrito Federal. Sacha Reck não foi alvo da segunda fase da operação. Em entrevista concedida antes da deflagração da primeira fase, Reck havia negado irregularidades em sua atuação nos procedimento licitatório de Brasília.

O advogado defendeu a senadora Gleisi Hoffmann (PT) na campanha de 2014 para o governo do estado e também o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano Ratinho Jr. (PSC) na disputa pela prefeitura de Curitiba em 2012.

Outro lado

Procurado, o advogado Guilherme Gonçalves afirmou que, “desde 2008, de forma verbal, e 2011, oficializado em contrato” houve uma “distinção de responsabilidades” no seu escritório em sociedade com Sacha Reck, sendo que ele - Gonçalves - era responsável pelo Direito Eleitoral e seu sócio pela questão do transporte coletivo.

O advogado nega que tenha participado de qualquer reunião com o intuito de fraudar licitações de ônibus. “Ele [Rech] já tentou me denunciar, me envolver em irregularidades várias vezes, talvez por raiva, por algum ato de vingança, para querer me chamar para dentro da confusão que ele fez e diminuir a responsabilidade dele”, disse Gonçalves, que afirmou estar à disposição da Justiça e que seu advogado já está marcando seu depoimento às autoridades que investigam o esquema apurado pela Operação Riquixá II.

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