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Atualizado em 08/02/06 às 11h27

Minutos antes de iniciar o depoimento na CPI dos Bingos, em Brasília, marcado para as 11h30, a ex-assessora do PT em Londrina (PR) Soraya Garcia, por telefone, afirmou que vai falar tudo que sabe, e que já disse, sobre a suposta existência de caixa dois na campanha do prefeito Nedson Micheleti, de Londrina.

Além disso, Soraya contou que vai falar aos parlamentares sobre a relação da empresa GTech, prestadora de serviços de loteria para a Caixa Econômica Federal, com o PT em Londrina. Segundo a ex-assessora, a GTech alugou carros para a campanha do partido e teria contratado serviços de call center de uma empresa que seria de um ex-tesoureiro do PT.

Sobre o ministro da Fazenda Antônio Palocci, um dos principais alvos da CPI, Soraya adiantou que não acredita no envolvimento dele com o partido em Londrina, mas ressalta que no dia da inauguração da empresa alemã Hexal - de medicamentos genéricos - em Cambé (Norte), na qual o ministro esteve presente, o então coordenador da campanha, Augusto Dias Júnior, pediu a ela que fizesse um recibo no valor de R$ 50 mil para comprovar doação ao caixa oficial da campanha. "A Hexal doou legalmente R$ 100 mil. O que eu sei e falarei sobre o ministro é apenas essa coincidência. Mas acho que ele não está envolvido", conta Soraya.

RequerimentoO requerimento, solicitando a presença de Soraya, foi proposto pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e aprovado na terça-feira. Para o senador, "se for confirmado que a GTech contratou o call center de uma empresa de um ex-tesoureiro do PT, como acusa Soraya, reforçaria a tese de favorecimento da GTech no contrato com a CEF (Caixa)".

Os parlamentares têm especial interesse em ouvir Soraya porque as denúncias envolveriam figurões da política nacional, como o ministro do Planejamento Paulo Bernardo, o deputado estadual André Vargas, presidente do PT no Paraná, e o londrinense Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Lula. Perguntada sobre a repercussão que suas palavras possam causar a estes parlamentares, Soraya afirmou que tudo "vai depender do que os deputados e senadores vão perguntar".

Segundo Soraya quem tem mais a perder com o depoimento na CPI é o ministro do Planejamento. "Vou contar tudo que sei sobre ele (Paulo Bernardo). Tem outra testemunha que pegou pessoalmente sacolas de dinheiro do assessor do ministro e no comitê do Paulo Bernardo", acusa. "Além do pagamento de R$ 100 para cada um dos dois mil militantes no dia da eleição para fazer boca-de-urna", conclui a ex-assessora.

ViagensEsta é a segunda vez que Soraya Garcia vai a Brasília para prestar depoimento. No mês de novembro do ano passado, a ex-assessora foi convocada pela CPI dos Correios, mas a sessão foi cancelada e até o momento não foi remarcada. Na época, a oposição atribuiu o cancelamento a uma manobra do Planalto.

Em breve mais informações.

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