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O ex-deputado estadual Carlos Simões (PR)foi preso no fim da tarde de quinta-feira (26) por não ter sido encontrado nos endereços que comunicou no processo. Ele responde por peculato e não compareceu em convocações judiciais. O motivo da prisão de Simões foi informado pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). O advogado dele entrou nesta sexta-feira (27) com um pedido de revogação da prisão preventiva.

De acordo com o TJ-PR, o ex-deputado também chegou a ser convocado publicamente – por meio de informes em jornais -, e mesmo assim não foi localizado. Desse modo a Justiça determinou a prisão de Simões para que ele possa ser ouvido no processo.

O pedido de prisão foi expedido em setembro de 2011 pela 9ª Vara Criminal da capital. O ex-deputado está detido no Centro de Triagem II, no complexo penitenciário de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.

Simões é suspeito de envolvimento no escândalo dos "Gafanhotos", da Assembleia Legislativa do Paraná, em que funcionários de deputados estaduais (vários deles hoje ex-parlamentares) autorizavam que os salários fossem depositados em uma única conta corrente. Em alguns casos, o titular da conta era o próprio deputado, um parente seu ou seu chefe de gabinete. Parte dos funcionários que autorizaram o depósito nunca teria trabalhado no Legislativo.

O caso Gafanhotos começou a ser investigado em 2006 e se concentra nos depósitos de salários de vários servidores da Casa no período de 2001 a 2004. O Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Paraná (MP-PR) investigam o assunto. O processo ficou parado por quase dois anos, por dúvidas sobre a competência judicial para a investigação. Em março de 2011, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o caso é da alçada federal e, com isso, a PF e o MPF retomaram o caso.

O advogado do ex-deputado, Rodrigo Maistrovicz Lichtenfels, apresentou na 9ª Vara Criminal da capital na tarde desta sexta um pedido de revogação da prisão de Carlos Simões. O documento deu entrada na secretaria e encaminhado ao Ministério Público (MP). O caso será analisado pela promotora Marla Blanchet, que tem 48 horas para dar um parecer.

Histórico do deputado

Em 2006, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca e apreensão na Casa do Povo, escritório político de Carlos Simões, na Praça Rui Barbosa, no Centro de Curitiba, e recolheu documentos e objetos que seriam doados a população. A denúncia, na época, é que as doações eram feitas em troca de votos. Eram distribuídos no local medicamentos, cadeiras de rodas, dentaduras e muletas. Simões foi eleito deputado naquele ano. O irmão de Carlos, o ex-deputado federal Íris Simões (PTB), também usaria o mesmo escritório.

Em maio de 2009, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) cassou o mandato de Carlos sob a acusação de crime de abuso do poder econômico e uso irregular de meios de comunicação. Ele teria usado um programa de rádio indevidamente durante a campanha eleitoral, além de distribuir objetos na Casa do Povo.

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