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Paulo Roberto Costa | Ueslei Marcelino/ reuters
Paulo Roberto Costa| Foto: Ueslei Marcelino/ reuters

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou ontem em sessão da CPI mista que confirma tudo o que disse no processo de delação premiada que firmou com a Justiça. Acusado de irregularidades na estatal, ele está colaborando com as investigações, com o objetivo de ter uma redução da pena. O ex-diretor disse estar arrependido e que decidiu participar da delação premiada por orientação da família.

Costa disse ainda que todas as indicações para cargos de diretoria da empresa são políticas e que está arrependido de ter assumido o posto. Afirmou ainda que as irregularidades como as da Petrobras acontecem no Brasil inteiro, das rodovias às hidrelétricas. "O que acontece na Petrobras acontece no Brasil inteiro, nas rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrelétricas."

A CPI fez uma acareação entre ele e o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró para esclarecer as divergências em depoimentos anteriores feitos pelos executivos. Costa já disse à Polícia Federal (PF) que houve pagamento de propina para que a empresa adquirisse a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Cerveró nega irregularidades.

Depoimentos

Em sua primeira fala, Paulo Roberto Costa disse que, assim como na primeira vez que foi à CPI mista, em 17 de setembro, permaneceria calado, justamente para não atrapalhar o processo de delação premiada. Mas ressaltou que faria alguns esclarecimentos.

Cerveró, por sua vez, disse que não conhece o conteúdo da delação premiada de Costa. Perguntado pelo deputado Enio Bacci (PDT-RS), autor do requerimento que levou à acareação, Cerveró negou ter recebido propina. Ele afirmou que não conhecia esquema ilícito na Petrobras como um todo.

Instado a citar nomes de envolvidos no escândalo da Lava Jato, Costa disse que não declinou nomes no depoimento para Sérgio Moro mas que confirmava tudo que disse ao juiz.

Denúncia

Costa também foi perguntado sobre e-mail enviado à então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no dia 29 de setembro de 2009, sobre irregularidades apontadas pelo TCU em obras da Petrobras. Em reportagem, a revista Veja informou que Paulo Roberto teria apontado uma solução política para que as obras com irregulariades não fossem paralisadas. O então diretor relatou ainda os problemas apontados pelo tribunal.

"Até acho que foi importante [levantar a questão] porque a imprensa deturpou um pouco o processo deste e-mail", disse Costa. "Primeiro por que eu não passei por níveis hierárquicos. O [José Sérgio] Gabrielli, então presidente da Petrobras, tinha ciência [do e-mail]. Foi me pedido pela Casa Civil que eu mandasse a ela [Dilma] o e-mail." Costa disse que "nesta época já estava enojado deste processo todo".

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