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Por volta das 14 horas desta segunda-feira (28), o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, foi transferido da sede da Polícia Federal (PF), no bairro Santa Cândida em Curitiba, para o Presídio Estadual de Piraquara II (PEP II), no município de Piraquara - cidade da Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

A assessoria de imprensa da Polícia Federal confirma que a transferência foi executada a pedido do juiz que acompanha o caso, Sérgio Moro, da 13.ª Vara da Justiça Federal de Curitiba. Costa está numa ala destinada a presos com ensino superior, segundo a Secretaria de Justiça do Paraná. Por enquanto, não divide a cela com ninguém. Costa, diretor de distribuição da Petrobras entre 2004 e 2012, foi preso no mês passado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo fornecedores da estatal.

A defesa de Costa havia solicitado a transferência depois que, por meio de uma carta, o ex-diretor alegou ter sofrido ameaças por parte de um agente. O pedido inicial do advogado envolvia uma transferência para o Rio de Janeiro, onde tem residência constituída. Na sexta-feira, após a primeira divulgação de ameaça feita pela defesa de Costa, o juiz decidiu que, até então, não existia notificação oficial dos advogados sobre a ameaça nem pedido da autoridade policial ou do MPF de transferência de Paulo Roberto Costa para o Presídio Federal. Mesmo assim, ele sustentou, no despacho, que a transferência devia ser realizada porque a carceragem é "cela de mera passagem para presos provisórios e não é, de fato, adequada para permanência do preso por longo período".

Nova carta

A defesa de Costa, feita pelo advogado Fernando Fernandes, entrou nesta segunda-feira (28) com petição, na Justiça do Paraná, solicitando a identificação do agente da Polícia Federal que teria ameaçado o ex-diretor da Petrobras para pedir a punição dele. Também nesta segunda, Fernandes divulgou uma nova carta escrita por Costa. No trecho, escrito à mão, o preso diz que no último fim de semana não pode tomar banho nem se expor ao sol. Com a data desta segunda, o bilhete diz que ele diz que está correndo "risco de vida junto à PF" e que ficou sem poder tomar banho no último sábado e domingo.

Na petição junto à Justiça do Paraná, a defesa está pedindo, o cumprimento de decisão judicial que garante ao seu cliente direito a tomar banho e de se expor ao sol nos fins de semana e feriados, onde ele estiver.

Além disso, a defesa reitera o pedido de transferência de Paulo Roberto Costa para o Rio de Janeiro, onde é domiciliado.Paralelamente à petição, a defesa está requerendo junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a aplicação de medidas alternativas à prisão preventiva de Paulo Roberto Costa. "Uma delas pode ser a prisão domiciliar", diz o advogado na ação.

Denúncias

O ex-diretor está preso desde o mês passado na carceragem da PF em Curitiba por suposto envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro público.

A Operação Lava-Jato, que investiga um suposto esquema de desvio de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões, com ramificações políticas e na Petrobras, gerou cinco denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal à Justiça.

A primeira denúncia foi aceita na quarta-feira passada (23) e acusa o doleiro Alberto Youssef e mais seis investigados pela Operação. Com essa medida, Youssef e os outros passaram a ser réus. Youssef é acusado de ter remetido para fora do país, de forma fraudulenta, US$ 444,7 milhões entre julho de 2011 e março de 2013. Ele também é acusado em outras duas ações.

Um dia depois, outras três denúncias foram acatadas pela Justiça Federal, aumentando para 18 o número de réus nos processos. A última denúncia acolhida pelo órgão, na sexta-feira (25), foi a primeira a citar o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. A ação trata do suposto desvio de recursos públicos da refinaria Abreu e Lima (PE), que está sendo construída pela Petrobras. Costa também vai responder pelos supostos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Esta última acusação cita outras nove pessoas, entre elas o doleiro Alberto Youssef, e fecha em 23 a quantidade de réus no processo.

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