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Em meio a críticas contra o governo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta segunda-feira que o PT mostra publicamente que tem medo dele, sempre que os petistas reagem às suas observações sobre a política nacional. Antes de participar de um seminário a respeito de globalização e democracia na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o ex-presidente afirmou ainda que o PT fica "tremendo" não com suas críticas, mas com a análise política que faz neste momento.

- Autoridade eu não sou porque não tenho função pública. Mas todo cidadão brasileiro tem a obrigação de falar o que pensa, sempre com moderação e propriedade. Eu não sou candidato a nada, por mais que eu diga. O PT tem mais medo de mim do que de todo mundo (...) Toda hora que eu falo dizem que eu não tenho autoridade. Parece que eles ficam tremendo. Eu não sou agressivo. Eu só faço uma análise, muito mais do que uma crítica - disse.

Para Fernando Henrique, o PT fez um "estrago nele mesmo" em razão das irregularidades cometidas por seus integrantes. Dizendo ser necessário que o PT faça um esforço para "salvar sua história", o ex-presidente disse ainda que as provas da corrupção estão nos parlamentares que confessaram receber recursos de forma ilícita.

- Meu Deus, quando uma pessoa confessa, que prova há mais? Depois da confissão, o que pode mais servir de prova? - indagou Fernando Henrique, alegando ainda que torce para que Lula termine seu mandato, em 2006.

Em rápida análise política sobre as eleições de 2006, Fernando Henrique acredita que o PT não pode ser visto como carta fora do baralho. Para ele, o momento de crise pelo qual passa o país não é ainda pré-eleitoral.

- Não acho (carta fora do baralho). Essas coisas (denúncias de corrupção) têm que ser levadas com tranquilidade. Não estamos em época pré-eleitoral. Estamos tendo que resolver agora uma questão que é mais grave, que é a corrupção, as acusações, o que tem que ser passado a limpo. Aí, sim vamos, cuidar da eleição e então veremos qual a força do PT.

Em meio a um discurso de que o PSDB não cometeu os mesmos erros que o PT, numa referências a recursos captados para formação de caixa-dois, o ex-presidente disse que todos os partidos devem fazer uma auto-crítica, mas saiu em defesa de seu próprio partido quando indagado sobre o fato de o presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo, ter assumido caixa-dois em sua campanha para o governo de Minas Gerais, em 1998.

- Não é a mesma coisa. Não vem com essa conversa de que todo mundo fez igual porque não é verdade. Do que se trata agora e uma coisa organizadapara obter recursos para campanha ou para corrupção alheia. Isso é completamente diferente - disse ele.E acrescentou:

- Temos que mudar a legislação, mas também não podemos dizer que tudo é cvulpa da legislação. (Sobre Azeredo) Não é a mesma coisa. OPSDB não estava envolvido como partido, não havia uma atitude de organização. Não vamos confundir porque isso atrapalha a opinião pública. Ali foi um dinheiro formado para campanha, que acho que não foi declarado. Foi errado, mas não é a mesma coisa - disse ele.

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