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Campo Mourão – Com um catálogo de mil projetos em mãos, o ex-vereador José Gilberto de Souza propõe uma solução rápida para qualquer necessidade do parlamentar que não esteja disposto a se esforçar muito para elaborar uma proposta de lei. Basta virar as folhas do catálogo ou fazer uma busca na internet.

Ao todo, Souza – eleito pelo PDT, em 1996, e atualmente no PSDB – vende 20 temas de projetos prontos, que custam, em pacotes promocionais, de R$ 150 a R$ 750. Na escolha do pacote simples, com dez projetos, o vereador interessado desembolsa R$ 150. Para o legislador disposto a apresentar dezenas de projetos durante o mandato, sem nenhum esforço, o pacote com cem propostas pode ficar um pouco mais salgado: R$ 750. "O preço acessível é para atingir todos os níveis de vereadores", diz Souza.

Os projetos mais procurados, segundo ele, estão nas áreas de saúde, educação e tributos. O prazo de entrega pode chegar a até 15 dias, dependendo do tipo de projeto de lei. Todos eles são elaborados por três profissionais – dois formados em Direito e um em Pedagogia, que fazem assessoria política.

A idéia de vender projetos de lei surgiu no período em que Souza foi vereador e chegou a apresentar uma proposta por dia na Câmara de Campo Mourão. Ao todo, diz ele, foram 150 projetos apresentados durante a sua gestão. Souza tentou a reeleição, mas não conseguiu voltar em 2000, segundo ele, por causa da legenda. "Sobraram votos, mas a legenda não ajudou."

Com a grande quantidade de projetos e uma ajuda extra de sua gráfica, que confecciona brindes a políticos, surgiram os primeiros clientes. "Como trabalhava com brindes políticos e meus projetos apresentados na Câmara repercutiam, os vereadores começaram a me procurar, interessados em minhas idéias", conta Souza.

Virtual

O ex-vereador lembra que, no início, a divulgação era feita por mala direta e entre vereadores amigos. Com a internet, surgiu a oportunidade de vender projetos para todo o Brasil, pelo site www.projetosdelei.com.br. Nele, o vereador encontra as súmulas dos projetos e faz a encomenda. "Basicamente seria como entrar em um supermercado, escolher a gôndola e os produtos, colocar no carrinho e pagar no caixa", simplifica Souza.

Sem divulgar nomes, valores arrecadados e a quantidade de projetos comercializados, Souza conta que a maioria de seus "consumidores" está no interior de São Paulo. "Jamais o vereador vai dizer que comprou o projeto, até para não servir de chacota na cidade", diz ele. "A população pode se revoltar contra o vereador, por ele ter comprado uma idéia, e isso politicamente pode ser ruim", admite.

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