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O Exército israelense admitiu na segunda-feira que o Hezbollah está longe de ser derrotado, apesar da intensa ofensiva aérea, marítima e terrestre de Israel, que já dura quase um mês.

- Esmagar o Hezbollah não é a mesma coisa que pedir uma pizza. Leva tempo - disse o general-de-brigada Yossi Kuperwasser, numa entrevista coletiva em Jerusalém concedida um dia depois de foguetes lançados pelo Hezbollah terem matado 15 israelenses , no pior dia em termos de baixas israelenses desde o início dos combates.

Numa avaliação abrangente, Kuperwasser afirmou que Israel infligiu graves prejuízos ao Hezbollah , mas disse que o grupo ainda possui milhares de foguetes de curto alcance e centenas de armas de alcance maior.

Ele defendeu as táticas do Exército mais poderoso da região contra o Hezbollah, sugerindo que questões políticas contribuíram para que ele não tivesse um impacto mais forte contra o grupo.

Infra-estrutura

Kuperwasser, que até recentemente chefiava o departamento de pesquisa da inteligência do Exército, disse que os ataques israelenses afetaram bastante a infra-estrutura do Hezbollah e os arsenais de foguetes.

Ele afirmou que os israelenses mataram mais de 200 combatentes do grupo desde o início da guerra, no dia 12 de julho, quando o Hezbollah sequestrou dois soldados israelenses e matou oito.

Kuperwasser também destacou os avanços do Exército na criação de uma zona de isolamento no sul do Líbano.

Cautela

Mas, num tom mais cauteloso que o de alguns políticos, que exaltaram os sucessos do Exército no Líbano, Kuperwasser admitiu que é improvável extinguir num futuro próximo o potencial do Hezbollah de lançar foguetes contra o território israelense.

- Não acabamos com o problema. Eles ainda têm foguetes, e vão usá-los - disse ele.

Autoridades israelenses chegaram a dizer que até 80 por cento dos mísseis de maior alcance do Hezbollah haviam sido destruídos.

Diplomatas ocidentais acreditam que a estimativa seja exagerada, e Kuperwasser tentou evitar números exatos, dizendo apenas que os foguetes de maior alcance e seus lançadores foram atingidos num nível que o Hezbollah não considerava possível.

O general-de-brigada reconheceu que as Forças Armadas não estavam totalmente preparadas para a guerra no Líbano, mas negou que elas tenham subestimado a capacidade do Hezbollah.

Ele deixou claro, porém, que as semanas de combates contra os guerrilheiros revelaram um inimigo poderoso, que descreveu como bem treinado, bem organizado e equipado com foguetes iranianos e sírios.

A capacidade do Hezbollah de provocar baixas nas forças israelenses e de manter os ataques com foguetes obteve a admiração de muita gente no mundo árabe. Os israelenses afirmam que o Hezbollah usa civis libaneses como escudo.

Kuperwasser indicou que os avanços no campo de batalha dependerão das decisões políticas de Israel.

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