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Índios com blusas de malha e sandálias havaianas não causam mais espanto a ninguém. Mas, acrescente-se a essa imagem populações indígenas empunhando armas militares em terras brasileiras, e a surpresa será inevitável.

É o que mostram documentos oficiais aos quais o jornal "Extra" teve acesso. Militares das Forças Especiais do Exército estão usando índios, inclusive mulheres, em exercícios de guerra no interior do país. Nos treinamentos há até fuzis.

O comando confirmou as informações, mas alegou que a participação é voluntária e sem uso de munição. Os exercícios seriam feitos anualmente com índios e descendentes, informação que causou surpresa e indignação entre autoridades e antropólogos. Essas atividades fazem parte de um treinamento da Brigada de Operações Especiais, que atua no Rio, em Goiás e no Amazonas.

- O uso de índios não tem a aprovação da Fundação Nacional do Índio (Funai). Isso vale para descendentes, que também são índios - diz o procurador-geral da Funai, Luiz Villares.

Nas fotos às quais o "Extra" teve acesso, há índios mirando em fuzis de assalto Colt M16, orientados por instrutores militares. Para o presidente da Federação Nacional dos Cabos Taifeiros e Soldados Militares (Fenbem), José Alvez Firmino, trata-se de treinamento de guerrilha. O Exército contesta. Alega que os exercícios são para treinamento da tropa, não de civis. Seria uma simulação para tempos de guerra, em que os índios fariam o papel de militares.

- Vamos pedir para o Ministério Público Federal investigar. Vou mandar um pedido de explicações ao Exército, orientando que eles não podem fazer isso, para que parem - diz Villares.

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