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O chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste, general Hélio de Macedo Junior, informou, nesta quinta-feira, que o Exército não deve voltar a fazer operações em ruas e favelas por conta das investigações para achar os envolvidos no roubo de armas de um quartel em São Cristóvão. Durante 12 dias os militares ocuparam morros cariocas para localizar os dez fuzis e a pistola levados por assaltantes no dia 3 de março. O armamento foi encontrado no fim da tarde de terça-feira, dia 14.

- São ações muito pontuais, que direcionamos à Polícia do Exército, ao poder de polícia. Se for necessário, com mandado de prisão, prender alguém em área de risco, faremos uma ação com maior envergadura, mas não serão ações como a da semana passada - disse o general, em entrevista ao RJTV, da Rede Globo.

Os dois ex-militares presos no batalhão da Polícia do Exército (PE), na Tijuca, suspeitos de participação no roubo das armas do Estabelecimento Central de Transporte (ECT), em São Cristóvão, no dia 3, confessaram o crime. A informação é do RJTV, da Rede Globo. Os dois foram presos na quarta-feira e até então apenas o ex-cabo Joelson Basílio da Silva, de 23 anos, tinha feito a confissão. A partir do depoimento dele chegou-se ao ex-soldado Carlos Leandro de Souza, de 22 anos, que também admitiu envolvimento no caso.

De acordo com o Ministério Público Militar, cinco moradores da favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, são suspeitos de ter participado do roubo. Segundo informações obtidas pela polícia, traficantes dos Morros do Borel, Andaraí, Providência e Mangueira se uniram para roubar as armas. O objetivo era compensar a perda de nove fuzis apreendidos por policiais na Rocinha em fevereiro.

Joelson e Carlos Leandro estão com as prisões temporárias decretadas, com validade de cinco dias prorrogáveis por mais cinco. Segundo o Ministério Público Militar, havia vários indícios contra Joelson, que serviu no quartel por cinco anos até três dias antes do roubo das armas. O ex-militar foi reconhecido por um sentinela como participante do assalto, foi filmado por uma das câmeras, teve uma impressão digital identificada no portão por onde pulou e não passou no teste do detector de mentiras.

As suspeitas contra o ex-cabo aumentaram com a confirmação de que ele havia tido desentendimentos com um tenente antes de ser desligado. O oficial estava de serviço na noite do ataque e foi o mais agredido pelos invasores. As agressões foram gravadas pelo circuito interno de segurança da unidade. Nas imagens, o tenente e outros sentinelas foram perfilados, espancados e agredidos a coronhadas.

Outro dado importante é que o local do depósito das armas do corpo de guarda do quartel tinha sido mudado recentemente e por isso as suspeitas recaíam sobre ex-militares que tinham deixado a unidade há pouco tempo.

De acordo com o Comando Militar do Leste, os quatro homens que invadiram o ECT contaram com o apoio de pelo menos outros quatro que aguardavam em três carros do lado de fora. Ao todo, 40 pessoas já foram ouvidas pelo Exército, 37 mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Militar e outros 35 de interceptação telefônica foram autorizados. O inquérito foi avocado para o CML por determinação de seu comandante, o general Domingos Curado.

Nesta quinta-feira o Comando Militar do Leste informou que o armamento roubado foi encontrado por uma equipe do setor de inteligência, que estava à paisana.

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