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Após assistir a uma demonstração de lançamento de foguetes "terra-terra", fabricados pela Avibrás, no Campo de Instrução do Exército, em Formosa (GO), a 80 quilômetros de Brasília, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, informou que está negociando com o Ministério da Fazenda a aquisição do equipamento, que considera de "importância estratégica" para o país. O sistema, conhecido como Astros 2020, custa R$ 960 milhões, segundo informou o general Aderico Mattioli, diretor de Produtos de Defesa do Mi­­nistério da Defesa. A expectativa da Força é que a liberação dos recursos seja definida até o fim do ano.

O ministro da Defesa explicou que, primeiro, é preciso resolver a situação da Avibrás, que se encontra em processo de recuperação judicial. Para que a empresa sobreviva, é necessário que haja um saneamento econômico e financeiro dela, que poderá ser obtido com a garantia da aquisição do sistema Astros 2020 pelo Exército, além de capitalização da Avibrás por meio de refinanciamento de seus débitos pelo governo dentro do Refis.

"Serei advogado desta causa no governo", anunciou o vice-presidente Michel Temer, que acompanhou a demonstração no Campo de Formosa, ao lado de Jobim, ao defender a necessidade de manutenção da in­­dústria de defesa do Brasil. "Quando saímos do gabinete é que verificamos as necessidades verdadeiras do país", afirmou o vice-presidente. Segun­do ele, não há como avançar no desenvolvimento de tecnologia nacional se não houver recursos para investir.

Jobim, por sua vez, salientou que "é preciso dar continuidade e garantir este acervo tecnológico, que não pode ser perdido, já que se trata de uma produção exclusivamente brasileira". O ministro afirmou que há "interesse mundial" neste produto. A última exportação da Avibrás foi para o Exército da Malásia, que adquiriu um conjunto de lançadores de foguetes da indústria brasileira em 2008, ao preço de R$ 500 milhões. "Precisamos desenvolver e atualizar esta tecnologia", comentou o ministro Jobim. Segundo ele, a primeira pergunta que um país faz quando tentar adquirir equipamento de defesa de outro é se as suas Forças Armadas o utilizam. Hoje, o Exército brasileiro possui o Astros 2, de uma geração anterior, e a intenção é de que o sistema possa ser adquirido ainda neste ano.

Exibição

Ontem, Temer e Jobim assistiram à sessão de demonstração do lançamento de nove foguetes, no campo de tiros do Exército, em Formosa. Foram lançados foguetes SS 30, SS 40 e SS 60, que têm capacidade de entrar em posição, atirar e deixar o local para não ser alvo de revide do inimigo em até dez minutos. Os foguetes podem alcançar de 20 a 80 quilômetros de distância, dependendo dos sistemas a eles acoplados. Uma bateria com seis viaturas têm capacidade para lançar 192 foguetes em 16 segundos.

O sistema que o Exército quer comprar é composto por 49 viaturas. São 18 veículos lançadores, 18 remuniciadores, 3 unidades de controle e monitoramento de tiro, 3 estações meteorológicas, 3 de ma­­nutenção, 3 veículos de comando e controle de bateria e 1 de comando e controle de grupo. O sistema Astros 2020 que o Exército quer comprar tem um alcance de até 300 quilômetros.

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