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 | Luis Macedo/Câmara dos Deputados
| Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Funcionário do Tribunal de Contas do Maranhão ao mesmo tempo em que estuda e atua em São Paulo como anestesista, Thiago Augusto Azevedo Maranhão Cardoso, filho do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), foi exonerado nesta segunda-feira (9) do cargo de assessor de conselheiro.

De acordo com o Diário Oficial do TCE, Thiago, de 31 anos, foi nomeado em 19 de novembro de 2013 como assessor do conselheiro Edmar Serra Cutrim, com o salário de R$ 6.529,85. No mesmo período, segundo O GLOBO apurou, ele já atuava como anestesista no centro cirúrgico do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, na Vila Mariana, zona Sul da capital. No ano seguinte, ele ingressou na pós-graduação do Curso de Especialização em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde da Fundação Getúlio Vargas (FGV), informação não confirmada pela unidade, mas publicada por Thiago em suas redes sociais.

Procurado para comentar o caso, o presidente do TCE-MA, Jorge Pavão, informou, por meio de sua assessoria, que a exoneração foi a pedido do conselheiro Edmar Cutrim, que não quis se pronunciar sobre a decisão.

O GLOBO percorreu, durante a tarde desta segunda-feira, alguns endereços onde o filho de Waldir Maranhão atua. No Instituto Dante, a informação é a de que “tem um tempo” que Thiago Augusto não aparece na unidade. A equipe também esteve no Hospital do Coração, na zona Sul de São Paulo. Segundo colegas de trabalho, o anestesista, classificado como uma “pessoa comum e tranquila”, costuma dar plantões no local às sextas-feiras.

Thiago Augusto é ainda cadastrado na Clínica Anestesia São Paulo. Segundo informações, ele mantém contato telefônico com a unidade todas as vezes em que está no estado.

“Ele nem tem telefone de São Paulo e também não fica no estado. O que ele costuma fazer é ligar para cá para avisar que está disponível. A partir dessa ligação verificamos se tem agenda para ele. Não é sempre que isso acontece”, explicou uma funcionária, que não soube precisar quando foi a última ligação do médico:

“São muitos cadastros e precisaria de um tempo para procurar”, justificou.

Na FGV, a informação dada ao GLOBO é a de que a política do curso não permite dar informações de alunos. O GLOBO tentou contato com Thiago Augusto, mas ele não foi encontrado. Waldir Maranhão, recentemente, fez uma declaração ao filho em redes sociais: “Sempre muito estudioso, conseguiu sua tão sonhada profissão que é para ajudar a salvar vidas, se formou médico. Foi difícil para mim admitir o seu crescimento, logo você voou para o mundo mas sei que foi por uma boa causa”.

Em abril de 2014, Thiago foi condenado por fazer doação para a campanha do pai nas eleições de 2010, acima dos 10% permitidos pela Lei nº 9.504/97. Segundo o texto, doação e contribuição de pessoas físicas devem obedecer ao limites de 10%, do faturamento bruto do ano anterior à eleição. Em 2009, o médico declarou um rendimento anual de R$ 88.464,36, mas doou R$ 11.659. Ou seja, excedeu em R$ 2.812,56 o limite.

À época, a defesa de Thiago Augusto alegou falta de provas para a acusação, mas o juiz Raimundo Ferreira Neto, da 88ª Zona Eleitoral no Maranhão, o condenou ao pagamento de R$ 14.062,80, ou seja, cinco vezes o valor excedido.

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