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Em depoimento à CPI dos Sanguessugas nesta quarta-feira, o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso afirmou que o dossiê prometido ao PT por Luiz Antonio Vedoin continha uma relação de cheques e transferências bancárias que teriam sido usados para pagar restos da campanha do tucano José Serra à Presidência, em 2002.

Em setembro, duas pessoas ligadas ao PT foram presas em São Paulo com o equivalente a 1,7 milhão de reais para a compra de um dossiê contra políticos do PSDB montado por Vedoin, dono da empresa Planam, que comandou o esquema de superfaturamento de ambulâncias.

Segundo Expedito, o dossiê tinha ``documentos que mostravam como a Planam pagou restos da campanha do Serra de 2002, e tinha provas documentais desse fato''.

``Eu, como bancário, fui lá para conferir a autenticidade dos documentos'', disse o ex-diretor do BB, que era filiado ao PT. ``Foram mostrados 15 cheques no valor de 600 mil (reais) e 20 transferências, de mais ou menos 900 mil (reais)''.

Expedito afirmou que ``essas transferências foram feitas por empresas de propriedade dos Vedoin, uma empresa de Ipatinga (MG) e outra de Governador Valadares (MG)''.

O ex-diretor do BB disse ainda que a festa de entrega de ambulâncias com políticos tucanos, que aparece num DVD divulgado publicamente após a prisão dos petistas ``foi paga pela Planam''.

De qualquer modo, ressaltou, ``a parte mais importante do dossiê não é o DVD e sim os cheques''.

O deputado tucano Carlos Sampaio (SP) reagiu com indignação às declarações de Expedito.

``Ele está sendo criminoso, mentiroso, contraditório e não petista'', disse Sampaio a jornalistas. ``Não ligo a figura do PT à inverdade, à mentira... mas ele, Expedito, está mentindo, sendo contraditório, criando teses e, portanto, está desqualificando o seu depoimento.''

Sampaio lembrou que ``em momento algum ele falou isso à Polícia Federal'', referindo-se à existência dos cheques e das transferências bancárias. ``Essa tese foi criada aqui.''

Expedito, por sua vez, disse ainda que os cheques foram repassados a Abel Pereira, empresário de Piracicaba (SP), ligado ao ex-ministro da Saúde Barjas Negri, no governo Fernando Henrique Cardoso.

O ex-diretor do BB afirmou que Abel Pereira ``estava em Cuiabá na mesma época que nós estávamos e tive informações de que ele tentava comprar o silêncio dos Vedoin''.

Expedito repetiu o que Jorge Lorenzetti falou à CPI, de que o acordo com Vedoin sobre o dossiê envolvia apenas ajuda jurídica e não dinheiro. Ainda assim, o dono da Planam teria pedido 20 milhões de reais para fazer o acerto, que teria três etapas: Vedoin entregaria os documentos à Justiça; concederia uma entrevista a um órgão de imprensa escolhido pelos petistas e entregaria a eles uma cópia da papelada.

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