• Carregando...

A visão crítica de Tadeu Veneri (PT) em relação à adesão de deputados ao governo é compartilhada pelo cientista político Mário Sérgio Lepre, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Para ele, a falta de partidos fortes no país, capazes de indicar propostas alternativas às do governo, faz com que o abandono da oposição no Legislativo ocorra com muita facilidade. "Falta base e estrutura de partidos verdadeiros. O maior exemplo disso é o PSD, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab", afirma. "É um partido que não sabe o seu real posicionamento, mas se vincula ao governo, porque assim tem vantagens e acesso ao que o Executivo oferece."

Vantagens

Segundo ele, essa relação perniciosa torna-se mais evidente na esfera estadual, uma vez que os deputados não veem lógica em fazer oposição, na medida em que o próprio eleitor desconhece o papel da Assembleia. "O parlamentar pensa que precisa garantir sua reeleição. Então, age de forma a ter acesso a vantagens que estão atreladas ao Executivo", explica. "Só haverá uma oposição forte quando, por algum motivo ou escândalo, o governo perder popularidade. Do contrário, vai se manter a busca de vantagens individuais."

Já o professor de Ciência Política Doacir Quadros, do Grupo Uninter, projeta um crescimento da oposição a partir das eleições municipais do ano que vem. Segundo ele, a nova configuração política que será construída após o pleito do ano que vem acenderá a atenção para a disputa eleitoral de 2014.

"A oposição saiu muito fragilizada do último governo, sobretudo com a vitória do Beto nas urnas e, também, dentro da Assembleia", avalia Quadros. "Como o governador tem tido uma boa aceitação desde a prefeitura de Curitiba, a tendência é que isso contribua para o silêncio da oposição por enquanto."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]