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O governador José Serra disse, nesta tarde, que as famílias que entrarem em acordo com a construtora responsável pela obra da linha 4 do Metrô, na qual houve o desabamento, poderão receber as indenizações em um mês. Segundo ele, somente quem precisar entrar na Justiça para reivindicar um valor acima do oferecido é que poderá ter o pagamento da indenização adiado.

O governador visitou nesta tarde o canteiro de obras da futura Estação Pinheiros, na zona oeste, que desmoronou na última sexta-feira. De acordo com Serra, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que fará os laudos sobre o acidente, já foi liberado para contratar até técnicos estrangeiros. Ele não deu previsão, no entanto, para a finalização dos laudos com a causa do desabamento. Serra disse que tudo dependerá das análises, e que a responsabilidade da obra é do consórcio vencedor da licitação da construção da linha 4.

- A obra é responsabilidade das construtoras. Inclusive a segurança. Não há possibilidade de ser de outra maneira. Não é se isentar de culpa, mas apontar de quem é a responsabilidade - afirmou Serra, negando que houvesse falta de fiscalização do poder público.

O governador afirma que até o momento, não há indícios de sobreviventes e negou que as autoridades não tivessem dado importância, já na sexta-feira, sobre o soterramento da van. Serra disse que foram registrados seis boletins de ocorrência de pessoas desaparecidas, mas mais uma vítima pode estar sob os escombros. Serra lembrou que um dos familiares que esperam notícia das possíveis vítimas era bombeiro.

- Ele se aposentou porque perdeu um braço em ação. Ele viu como é arriscado trabalhar neste resgate e sabe que estão fazendo o melhor - afirmou Serra, que visitou o local do acidente nesta segunda-feira pra prestar solidariedade às famílias e verificar as providências que estão sendo tomadas.

Dona Aida Duarte, de 77 anos, no entanto, disse que está preocupada com o valor que será pago pela empresa. Ela é proprietária de galpão de 500 metros quadrados na Rua Gilberto Sabino, 200, que foi comprado em 1963. Dona Aida disse que não entende como obra dessa magnitude pôde ser iniciada em um local que já foi um brejo, como as margens do Rio Pinheiros. Até agora, ela afirma que não teve qualquer informação oficial sobre o destino que será dado ao seu seu imóvel e acusou o governo de "na pressa, fazer uma obra duvidosa."

O prefeito da capital, Gilberto Kassab, que também esteve no local, anunciou em rápida coletiva à imprensa que a pista expressa e uma da local serão liberadas a partir das 17h. Ele agradeceu "o espírito público do paulistano e a ajuda da imprensa". Para Kassab, esse foi um "grave e infeliz acidente". Ele afirmou ainda que é difícil encontrar alguém com vida.

- Mas ainda resta a esperança - declarou.

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