A pouco mais de duas semanas para a eleição do próximo comando da Câmara dos Deputados, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), apontado como favorito, tenta acomodar as reivindicações dos 12 partidos que sustentam sua candidatura e disputam nos bastidores postos-chaves na Mesa Diretora.
As acomodações dos partidos devem ser fechadas na próxima semana e, ao que tudo indica, Temer terá que fazer uma pequena engenharia para satisfazer o apetite dos partidos. O peemedebista convenceu os partidos a fecharem um acordo em que o loteamento dos cargos seguiria a proporcionalidade das bancadas. A estratégia tenta evitar candidaturas avulsas que podem tumultuar as eleições.
Um dos principais ajustes que Temer precisa fazer é em relação à segunda vice-presidência. DEM e PR querem emplacar seus representantes. Se for respeitada a proporcionalidade, o cargo ficará com o DEM, que reúne 57 deputados contra 42 do PR. O líder do PR, Luciano Castro (RR), garante que vai brigar pela vaga. "O acordo é para continuarmos na segunda vice-presidência, então vamos pedir que o entendimento feito para que estivéssemos com Michel seja mantido", afirmou Castro.
A situação mais tranquila é a do PT, que sustenta um acordo de alternância de poder com o PMDB, fechado em 2007, para viabilizar a conquista de Temer. Os petistas queriam os principais cargos: a primeira vice-presidência e a primeira-secretaria. Foram convencidos a ficar com a primeira vice-presidência para o deputado Marco Maia (RS) e a terceira vice-presidência para o deputado Odair Cunha (MG). "Desde o começo das negociações defendíamos que o PT tivesse dois cargos. Estamos satisfeitos", afirmou o líder do PT, Maurício Rands (PE).
O apoio dos tucanos a Temer garantiu a primeira-secretaria ao partido, que funciona como a tesouraria da Câmara. O cargo é um dos mais cobiçados depois da presidência porque controla o orçamento da Casa, que é de R$ 3 bilhões e tem influência direta nas principais decisões administrativas.
De olho na primeira-secretaria, os tucanos travam ainda uma batalha interna para decidir quem ficará com a vaga. Estão na disputa os deputados Rafael Guerra (MG), Roberto Rocha (MA) e Eduardo Gomes (TO). O governador Aécio Neves (PSDB) trabalha por Guerra. Para o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), o sistema de proporcionalidade foi importante para evitar excessos.
"Essa acomodação é delicada e precisa a compreensão dos partidos de que o melhor para o Câmara é que a Mesa represente as forças dos partidos", disse Aníbal.
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