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Fechado para pousos por cerca de oito horas, o aeroporto de Congonhas reabriu no final da tarde de terça-feira, mas com poucas aeronaves em solo para decolagens, enquanto TAM e Gol anunciaram o cancelamento de suas operações.

Dos 210 vôos programados em Congonhas até 18h, 96 foram cancelados e 29 estavam com mais de uma hora de atraso, informou Infraero.

Além do anúncio da TAM e da Gol, as maiores empresas aéreas do país, de cancelarem suas operações de check-in no local durante a tarde, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou a proibição de venda de passagens aéreas com partidas previstas para Congonhas.

Pouco antes, a Gol havia divulgado nota pedindo aos clientes para adiar até segunda-feira suas viagens devido a "momentos críticos da aviação brasileira".

Congonhas, que está operando apenas com a pista auxiliar desde o acidente com o Airbus da TAM com 187 pessoas a bordo, há uma semana, demorou três horas para abrir pela manhã devido à falta de visibilidade. Depois, fechou mais duas vezes, das 11h05 às 14h, e das 15h22 às 17h.

"Realmente fica sem aeronaves para decolar, porque elas não conseguem pousar", disse a assessoria da TAM, como uma das justificativas para a interrupção das operações no aeroporto.

O futuro da pista principal do aeroporto, fechada desde o acidente, tem sido palco de especulações pela própria Infraero.

O comentário mais recente era do presidente do órgão, o tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, que afirmou que nesta terça-feira mesmo começariam os trabalhos de grooving (as ranhuras que ajudam no escoamento da água na pista), que poderiam durar entre 20 e 47 dias.

Pelo saguão do aeroporto, as filas voltaram a aumentar no começo da tarde nos balcões das companhias aéreas, onde passageiros tentavam trocar suas passagens ou serem reembolsados.

O ex-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) João Felício tentou embarcar nesta terça em dois vôos da TAM, que acabaram suspensos. Ele comprou uma passagem da Varig para Brasília, onde terá reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira. O vôo foi transferido para Cumbica, o que levou o sindicalista a desistir da viagem.

"Estamos todos ferrados aqui, as informações que nos dão se contradizem e estou aqui desde as 8h", disse ele à Reuters no saguão do aeroporto.

Outros aeroportos

Os transtornos da terça-feira foram semelhantes ao da véspera, quando muitos pilotos e empresas aéreas preferiram transferir seus pousos para Guarulhos devido ao mau tempo, apesar do funcionamento normal de Congonhas, que só fechou por quatro breves períodos.

No boletim geral da Infraero, até as 14h30, dos 1.074 vôos programados pelos principais aeroportos do país, 35,9 tinham atrasos com mais de uma hora (386 vôos) e 17,1 por cento haviam sido cancelados (184 vôos).

Em Guarulhos, até as 18h, das 215 partidas programadas, 54 estavam com atraso de mais de uma hora e seis foram cancelados. Até 17h25, 71 vôos foram transferidos de Congonhas para Guarulhos.

O Rio de Janeiro também sofria com os atrasos e cancelamentos. No aeroporto do Galeão, até as 14h30, dos 97 vôos programados, 14 foram cancelados e 39 tinham atrasos com mais de uma hora.

O professor universitário Lindomar Rocha aguardava a partida de seu vôo no aeroporto do Galeão e reclamava do prejuízo. "Não se pode marcar nenhum compromisso, e você também acaba perdendo o dia", disse Rocha. "A questão é quem vai pagar por isso? A empresa provavelmente não é, o governo não é. Acho que todos aqui que estão a trabalho provavelmente vão ficar com o prejuízo."

A situação nos aeroportos do país voltou se deteriorar depois do acidente com o Airbus A320 da TAM há uma semana, que fazia o vôo 3054 de Porto Alegre a São Paulo. A aeronave não conseguiu realizar a manobra de pouso, explodindo ao se chocar contra prédios, um deles o da TAM Express, provocando a morte de cerca de 200 pessoas.

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