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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta terça-feira que os petistas elegeram o PSDB como inimigo e, assim, os tucanos foram à guerra. Segundo o ex-presidente, a transição do governo foi "madura", mas o PT declarou seu partido como inimigo e perdeu uma "oportunidade histórica" de fazer um governo de concertação.

- Nos definiram como adversários, então fomos à guerra. E, na guerra, fazemos como na guerra - disse o ex-presidente no início da noite desta terça-feira no Memorial da América Latina, em São Paulo, afirmando que não sabe quem "deu a ordem" para esse rompimento.

Em debate sobre democracia na América Latina, Fernando Henrique também criticou a política externa do PT, afirmando que há um "saudosismo" do ex-presidente Ernesto Geisel, principalmente no caso da Alça:

- Não se tomam decisões. Volta-se quase a um saudosismo do general Geisel. Há um setor da esquerda que tem saudade do Geisel.

Para Fernando Henrique, o Mercosul está "um tanto desintegrado e o Brasil e a Argentina erraram ao garantir as salvaguardas argentinas". Ele afirmou ainda que o PT precisa fazer sua política externa sem ideologizá-la:

- No Brasil, não sabemos ainda o que somos. Vamos jogar com que roupa? Com a do Conselho de Segurança da ONU? O Brasil e a Índia estão unidos contra quem? Contra os Estados Unidos?Deixe a China saber disso - disse.

O ex-presidente não poupou elogios a seu próprio governo, tanto na política externa quanto na econômica:

- Digamos que há uma certa coerência no Brasil. Eles sabem que, com os louros plantados, não podem cortar as árvores.

Fernando Henrique falou que há riscos de um neopopulismo, de "salvacionismo" e de imobilismo na América Latina, referindo-se principalmente ao presidente venezuelano, Hugo Chaves. Para ele, algumas regiões da América Latina "ainda tiram a poeira do colonialismo".

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