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O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), reuniu na noite desta terça-feira a executiva tucana para comunicar que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso coordenará um programa de reformulação do programa do partido. A constatação de que um dos maiores problemas que o PSDB enfrentou na eleição deste ano foi justamente não ter conseguido mostrar as diferenças entre o seu projeto de governo e o defendido pelo PT levou Tasso e Fernando Henrique a acertarem um cronograma de debates para rediscutir a social democracia no mundo.

- Nosso programa partidário tem 20 anos, foi feito quando ainda existia o muro de Berlim. De lá para cá, o mundo mudou, assim como as ideologias. Temos de rediscutir nossas posições. A questão da privatização, por exemplo, criou uma grande confusão na cabeça da população durante a eleição. Virou um palavrão e o PSDB não conseguiu mostrar se era contra ou a favor - ponderava Tasso, antes mesmo da reunião da executiva.

Para o senador tucano, o PSDB precisa deixar claro qual é o papel que o Estado brasileiro deverá ter nos próximos 50 anos, definir o grau de inserção que defenderá para o país na comunidade internacional e mesmo discutir a relação do capital e do trabalho no mundo de hoje. A idéia do ex-presidente Fernando Henrique é convidar pensadores do mundo inteiro, o que resultará num congresso a ser realizado, provavelmente, no meio do próximo ano. Até lá, Tasso - que chegou a cogitar a antecipação da própria sucessão no partido - deverá permanecer no comando do PSDB.

- Vamos trabalhar para apresentar o programa de governo que vamos oferecer para o país em 2010 - acrescentou Tasso.

A despeito dos acenos feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a oposição, Tasso não pretendia abrir a discussão sobre o assunto na reunião da executiva nacional. E avisou:

- Nós somos incooptáveis, mas civilizados. A vantagem da democracia é que podemos divergir de nossos adversários.

O senador tucano disse que ainda não recebeu qualquer convite oficial do Palácio do Planalto para uma audiência com o presidente, mas admitiu que está aberto ao diálogo sobre assuntos de interesse do país.

- Mas entre conversas e acordos mais amplos ou adesão existe uma grande diferença. Isso por determinação da população brasileira, que elegeu Lula presidente e nos colocou na oposição - frisou.

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