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De olho na popularidade recorde do presidente Lula, empresas começaram a comprar cotas de até R$ 2 milhões para patrocinar o filme Lula, O Filho do Brasil, descartando o mecanismo mais comum de financiamento cinematográfico no país, o de incentivo fiscal.

Essas companhias, que não estão entre as principais financiadoras de cinema no país, são na maior parte empresas com negócios que dependem intimamente de decisões do Executivo e que possuem contratos milionários com o governo federal.

Das sete empresas que já decidiram bancar o filme sobre os primeiros 30 anos da vida de Lula, dirigido por Fábio Barreto, três estão entre as principais empreiteiras do país: Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa. A Oi, empresa de telefonia que recentemente teve autorização do governo para comprar a Brasil Telecom, também financia o projeto.

Além delas, são patrocinadoras do filme a Volkswagen, AmBev e Nestlé, que farão merchandising no filme. O bilionário empresário Eike Batista, do grupo EBX, com negócios em diversas áreas, é outro patrocinador: doou R$ 1 milhão.

As companhias que bancam o filme descartam qualquer motivação política ao financiar o longa. Alegam interesse na obra em razão do retorno de imagem para suas marcas.

O filme sobre a vida do presidente será lançado em 2010, ano de eleição presidencial. Os produtores Paula e Luiz Carlos Barreto alegam que a data não tem relação com a eleição, mas sim com uma questão comercial. A produção custará R$ 12 milhões – 70% já foram captados.

O financiamento do filme com o chamado "dinheiro bom", ou seja, sem uso de leis de incentivo, está na contramão da maneira como a produção cinematográfica é bancada no Brasil. Desde a retomada do cinema nacional, em 1995, o principal caminho são as leis de incentivo, como a Lei Rouanet e a do Audiovisual, que preveem a isenção fiscal para patrocinadores. De acordo com dados da Agência Nacional do Cimena (Ancine), dos 274 filmes nacionais lançados entre 2003 e 2007, apenas 33 não tiveram recursos oriundos de leis de incentivo.

Distribuição

Embora a maior parte dos recursos para a produção do filme já tenha sido captada, para a distribuição serão necessários outros R$ 4 milhões, que ainda estão em negociação. Uma dessas negociações é com o presidente venezuelano Hugo Chávez, que foi procurado para financiar a distribuição do filme na Venezuela, Colômbia, Bolívia, Peru e Equador. "(A conversa sobre o assunto) está em banho-maria", diz a produtora do longa, Paula Barreto.

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