• Carregando...

Em conversa com um líder da oposição, um ministro do Tribunal Superior Eleitoral tentava justificar a decisão, tomada na terça-feira e abortada ontem, de tornar mais severa a verticalização das alianças entre os partidos: "A gente votou mais de dez da noite. E o Marco Aurélio foi tão assertivo...". Outros ministros do TSE alegaram a políticos que os procuraram em desespero que não tinham a exata noção das conseqüências do que haviam votado, ou seja, a implosão quase completa dos palanques a menos de uma semana das convenções. No final, venceu a pressão dos partidos, e o rótulo de "incoerência" ficou para a Justiça Eleitoral.

Plano B – Renan Calheiros (PMDB-AL) já tinha preparada uma saída caso o TSE insistisse em radicalizar na verticalização das alianças: o Senado aprovaria, a toque de caixa, um decreto legislativo para reinterpretar a lei.

Demolição – De José Sarney, sobre os eventos de terça-feira na Câmara e no TSE: "De dia, quebraram o Congresso. À noite, os partidos. Em vez de bater no padre, tentaram destruir a igreja".

Memórias – João Paulo Cunha (PT-SP) prepara livro sobre a crise do mensalão. Título provisório dado pelo ex-presidente da Câmara e beneficiário das contas de Marcos Valério: "Do Céu ao Inferno".

Devagar – A Comissão de Ética do PT abre na segunda um "procedimento investigatório" no caso Bruno Maranhão. Após a apuração preliminar, o órgão poderá ou não instaurar processo contra o petista que lidera o MLST, num rito que dura até 40 dias.

Rebelião – Só um deputado do PMDB votou contra o reajuste aos aposentados. Quando o partido viu o PT liberando seus parlamentares na questão, decidiu não arcar com o ônus de vetar o aumento. Em tempo: a perda da pasta da Saúde ainda não foi digerida pelos peemedebistas.

Desgaste à vista – A base aliada já conta com a aprovação do reajuste aos aposentados no Senado. Caberá a Lula a decisão de vetar ou não a medida às vésperas da eleição.

Baixo astral – "Meu relatório não agradou a ninguém", lamenta Garibaldi Alves (PMDB-RN). À exceção de Paulo Okamotto, os indiciados da CPI dos Bingos são "cachorros mortos", nas palavras de um líder da oposição.

Nó na cabeça – A decisão de poupar Gilberto Carvalho e José Dirceu obedeceu a um raciocínio tortuoso. Desafeto do ex-ministro, o relator temia ser acusado de "revanchismo". Por analogia, resolveu poupar também o chefe-de-gabinete de Lula.

Fórceps – A nota em que o secretário da Segurança, Saulo de Abreu Filho, afirma que não teve intenção de desrespeitar a Assembléia em seu tumultuado depoimento foi precedida de visita de Rodrigo Garcia (PFL) a Cláudio Lembo. O presidente da Casa bateu o pé por uma retratação.

Público-alvo – Enquanto Alckmin e Serra visitavam o Tênis Clube de Catanduva, um grupo de senhoras tomava chá. "Se o Lembo estivesse aqui, iria fazê-las abrir a bolsa", brincou um tucano.

TIROTEIO

* Do deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR), sobre a alegada decepção de Lula com o amigo e petista Bruno Maranhão, líder do MLST que comandou o quebra-quebra na Câmara:

– O presidente Lula tem se sentindo traído com tanta freqüência que daqui a pouco será necessário contratar um psicanalista para trabalhar em seu gabinete.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]