• Carregando...
Procuradores e policiais da força-tarefa da Lava Jato falam com a imprensa sobre a 26.ª fase da Lava Jato. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Procuradores e policiais da força-tarefa da Lava Jato falam com a imprensa sobre a 26.ª fase da Lava Jato.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

A Polícia Federal deflagrou mais uma etapa da Operação Lava Jato nesta terça-feira (22), denominada “Xepa”, em que os principais alvos são executivos da empreiteira Odebrecht e doleiros. A operação investiga a estrutura interna da construtora para pagamento de propina para vários setores, inclusive a Petrobras. Integrantes da força-tarefa da Lava Jato falaram com a imprensa para dar detalhes da operação. Acompanhe no vídeo e no tempo real como foi:

Fim da coletiva

A Polícia Federal acaba de encerrar a coletiva sobre a 26a fase da Lava Jato.
Entre os recebedores de propina, a PF afirmou que entre 20 e 25 pessoas já foram identificadas. Essas irão depor para esclarecer a finalidade dos pagamentos recebidos. A PF destacou, no entanto, que há um volume muito maior de codinomes ainda não identificados.
Entre os suspeitos presos preventiva e temporariamente hoje, estão executivos da Odebrecht e operadores financeiros. Eles devem chegar em Curitiba ainda nessa terça-feira.

Sistema destruído

Como o setor dentro da Odebrecht foi extinto, todo o material apreendido pela PF que desmonta o esquema de pagamento de propinas foi encontrado na residência da empresária Maria Lúcia Tavares, responsável pela operacionalização dos pagamentos.
A PF também disse que, pelo menos até o momento, não há relação entre as obras do sítio de Atibaia e a estrutura de pagamento de propinas.

Lula

Segundo a PF, a ida de agentes ao hotel Royal Tulip, em Brasília, onde o ex-presidente Lula esteve hospedado até a madrugada de hoje, não teve relação com o petista. Os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão no hotel, que era utilizado pelo casal João Santana e Mônica Moura para o recebimento de valores.
O "setor de propina" da Odebrecht teria sido desmontado entre julho e agosto do ano passado. Segundo a PF, chama a atenção que o esquema tenha sido mantido quase um ano e três meses depois do início da Lava Jato. O esquema pode ter começado antes, mas os dados obtidos pela PF datam de 2014 e 2015.

Sem políticos

Segundo Lima, não há agentes políticos nem detentores de foro privilegiado entre os investigados nessa fase e envolvidos diretamente com o esquema da Odebrecht. Mas há, no entanto, pessoas ligadas a partidos políticos.
As planilhas indicam que o montante desviado pelo esquema chega a R$ 66 milhões.
Segundo o procurador Carlos Lima, há indícios de que os pagamentos de propina feitos pelo esquema da Odebrecht tem referência a obras do Governo Federal e de vários governos estaduais e municipais.
As planilhas da PF mostram centenas de pagamentos e recebedores, entre eles pessoas vinculadas ao governo de SC e aos Ministérios da Casa Civil e Minas e Energia.

Esquema

As investigações apontam que as entregas de dinheiro eram feitas em hotéis e flats alugados para esse fim. Exemplos levantados pela PF mostram entregas de valores de valores altos, de R$ 1 milhão, R$ 600 mil e R$ 100 mil, feitas em hotéis e endereços residenciais.
A investigação agora se debruça sobre a identificação dos recebedores de propina e a finalidade dos pagamentos.

Autorização

Emails entre executivos e operadores financeiros pedindo a autorização para o pagamento de pessoas identificadas por codinomes também foram encontrados pela PF.

Contas paralelas

A PF mostra algumas planilhas apuradas pela força tarefa que mostram contas paralelas usadas pela Odebrecht para disponibilizar recursos para o pagamento de terceiros. As contas tinham nomes como "Paulistinha" e "Carioquinha", cujos saldos eram de milhões. As saídas e entradas de recursos eram feitas por codinomes, o que, para a PF, indica o caráter ilícito da operação.
Há indícios claros, segundo a PF, de que o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso desde o ano passado, comandava o sistema de pagamentos. A procuradora Laura Tesler afirmou que o fato de as operações continuarem mesmo depois da prisão de Marcelo é surpreendente.

Valores expressivos

De acordo com a PF, os pagamentos feitos pelo sistema eram vultosos e sistemáticos, chegando ao pagamento de R$ 9 milhões de um dia para o outro.

Profissionalizado

O procurador geral da república Carlos Santos Lima diz que a PF descobriu um setor profissionalizado dentro da Odebrecht para o pagamento de propinas em dinheiro dentro do Brasil; até então, as investigações apontavam o pagamento de propina apenas no exterior.

Coletiva

Na etapa de hoje, foram cumpridos 110 ordens judiciais, sendo 67 de busca e apreensão, 28 de condução coercitiva, 11 de prisão temporária e 4 de prisão preventiva.

Coletiva

Começa daqui a pouco a coletiva da Polícia Federal sobre a 26a fase da Operação Lava Jato, chamada Xepa. As investigações dessa vez recaem sobre um sistema utilizado pelo Grupo Odebrecht para viabilizar o pagamento de propinas, em uma espécie de contabilidade paralela.
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]