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A força tarefa da Operação Lava Jato investiga duas novas empresas de fachada utilizadas pelos operadores do esquema para emissão de notas fiscais. De acordo com um relatório da Receita Federal, as empresas Linkcom e RPK “são apenas noteiras, como comumente são conhecidas as empresas que somente são usadas para emitir notas fiscais para atender interesses de esquemas de fraudes”.

As duas empresas trabalham com comércio atacadista de ferragens e ferramentas, têm sede e São Paulo e emitiram juntas cerca de R$ 8 milhões em notas fiscais para a empresa Arxo – também investigada na Lava Jato – entre 2012 e 2014. Segundo a análise da Receita Federal, “há coincidências de endereços IP e MAC nas transmissões das declarações para a Receita Federal das empresas Linkcom, RPK e da All Prime Comercial Ltda”.

Os técnicos da Receita também estacaram a coincidência do número de telefone ser o mesmo para as empresas All Prime e Linkcom. Segundo o documento protocolado junto ao inquérito que investiga a empresa Arxo, existem ainda notas ficais destinadas a RPK referentes a aquisição de aparelhos telefônicos com o endereço que consta no cadastro da Linkcom.

Apesar de ser investigada na Lava Jato, a empresa All Prime não emitiu nenhuma nota fiscal para a Arxo entre 2012 e 2014, de acordo com a Receita Federal.

Enquanto isso, a Linkcom realizou entre 2013 e 2014 R$ 1,8 milhão em vendas para a Arxo, enquanto a RPK vendeu para a empresa pouco mais de R$ 6 milhões apenas em 2014.

Também chamou a atenção dos técnicos da Receita Federal o fato das empresas venderem mais do que compraram no período analisado. Em 2012, por exemplo, a Linkcom comprou R$ 7,5 milhões e vendeu R$ 224,5 milhões. De acordo com a Receita Federal, a diferença é muito grande, já que a empresa revende produtos de terceiros. “Assim, aparentemente, a comercial Linkcom teria ‘vendido’ aquilo que nunca ‘comprou’”, afirma o documento da Receita.

Enquanto isso, a RPK comprou em 2014 R$ 14 milhões e vendeu R$ 226,8 milhões. De acordo com a análise da Receita Federal, a empresa também vendeu aquilo que nunca comprou.

Outras empresas

A pedido da força tarefa, a Receita Federal também analisou as notas fiscais emitidas da Metalsinter para a Arxo. Entre 2012 e 2014 foram efetuados R$ 3,6 milhões em vendas para a empresa catarinense. Segundo a Receita Federal, porém, “não foi identificada inidoneidade fiscal da empresa ou de sua relação comercial com a Arxo”.

Mandados

Além da RPK e da Linkcom, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em pelo menos outras quatro empresas suspeitas de envolvimento na Lava Jato durante a deflagração da nona fase da operação, na semana passada. São elas, a Transportes Cenedese Ltda, em Santa Catarina, a RTN Consultoria e Representações Ltda, no Rio de Janeiro, a PL Costa Serviços Administrativos Ltda e a All Prime Comercial Ltda, ambas em São Paulo.

Em coletiva à imprensa na quinta-feira (5), durante a deflagração da nona fase da Lava Jato, o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula afirmou que 26 empresas estão sendo investigadas por envolvimento no esquema. Entre elas está a empresa Arxo, de Santa Catarina, que teve três executivos presos temporariamente. A empresa é suspeita de pagar propina por contratos com a BR Distribuidora e com a Diretoria de Serviços da Petrobras. Os três executivos presos foram liberados na segunda-feira (9), depois de prestarem esclarecimentos à polícia.

Outro lado

Os responsáveis pelas empresas Linkcom e RPK não foram localizados pela reportagem. As demais empresas não se manifestaram sobre o assunto.

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