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Num encontro a portas fechadas para formalizar o apoio a candidatura de José Serra (PSDB) ao governo de São Paulo, num hotel de luxo da capital paulistana, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, disse na manhã desta sexta-feira que a direção do partido deve optar por uma aliança com o tucano Geraldo Alckmin na eleição presidencial para evitar coligação com um "ladrão". Embora não tenha citado o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o recado tinha endereço certo:

- Eu contesto este governo (PT) não apenas no campo ético, mas no campo moral, da decência. E temos de ter também a coragem de quando alguém vem dizer pra mim : 'Mas você está com Alckmin'? Mas não estou com ladrão. Com ladrão, não. Estou com o Alckmin. Há um certo patrulhamento, como se fazer essa aliança PSDB-PFL fosse algo que fosse manchar um pouco a nossa história. Manchar a história é se fizermos aliança com o PT. Esse que enxovalhou a esquerda, envolvendo-a naquilo que a esquerda nunca esteve envolvida. Podemos ter cometido todos os erros, menos nos aliarmos à corrupção. Isso não é da nossa história - disse Freire.

Pouco depois, em entrevista coletiva, Freire voltou a atacar o PT, mas num tom menos bélico contra Lula.

- O partido fez uma auto-crítica. A avaliação que se faz hoje do governo do PT é que é uma fraude. Não apenas uma decepção. E ao fazermos essa avaliação, estamos fazendo auto-crítica de que lá em 2002 talvez tivéssemos feito caminho errado ao apoiar Lula. Até porque vínhamos apoiando desde 89. Estávamos incorrendo em erro porque não sabíamos o que era o PT no governo, esse fracasso, essa frustação. Um governo conservador, de direita e envolvido em corrupção - disse Freire, ao lado de Serra.

Indagado em seguida de que o senador do PSDB Eduardo Azeredo também esteve envolvido no esquema do valerioduto, o presidente nacional do PPS disse que se tratavam de "coisas muito distintas". Serra, que estava ao seu lado, deixou a entrevista enquanto Freire respondia sobre o envolvimento de um tucano no escândalo do mensalão.

- Olha, companheiro, são coisas muito distintas. Se disser a você que corrupção pode dar em todo governo, pode ser verdade. Mas há um fato inédito no Brasil. Temos um procurador-geral da República que disse que esse governo foi constituído por uma quadrilha de criminosos, capitulados no Código Penal em vários artigos, denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) num processo que lá corre e em nenhuma outra época da história republicana brasileira você teve isso. E você teve no governo do PT. Claro que ninguém está querendo dizer que não existe corrupção. Infelizmente, a imperfeição humana faz todos os governos conviverem com o processo de corrupção. Mas o problema não é conviver com o processo de corrupção. O problema é que o governo do PT é a própria corrupção - disse Freire.

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