Fruet recusa acordo para assumir cargo no PSDB estadual

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O ex-deputado-federal Gustavo Fruet não aceitou o cargo de secretário-geral do PSDB estadual, que é considerado o segundo mais importante do partido, abaixo apenas do presidente. A decisão tomada ontem é mais um sinal do distanciamento entre ele e as lideranças tucanas no estado, em virtude do impasse sobre a disputa pela prefeitura de Curitiba na eleição do ano que vem. Fruet, porém, negou que a recusa seja um prenúncio de uma eventual saída do partido. Segundo ele, o importante é construir um projeto sólido para 2012, até porque há muitas variáveis impossíveis de se prever até o ano que vem.

O convite a Fruet havia sido feito nesta semana pelo atual presidente do PSDB do Paraná, Valdir Rossoni. Se aceitasse a oferta, o ex-deputado seria o secretário-geral na chapa que terá o governador Beto Richa na presidência e Rossoni na vice e que deve ser eleita amanhã, na convenção estadual do partido, em Curitiba.

Fruet, no entanto, afirmou que sua única intenção era assumir o comando do partido na capital. Há um mês, a convenção municipal do PSDB foi cancelada e, desde então, o diretório de Curitiba está sob intervenção do comando estadual da legenda. "Todo o meu projeto está voltado à capital, em busca de uma definição do PSDB. A única função que eu aceitaria seria assumir a direção em Curitiba, mas isso não foi possível. Em momento algum, eu estava especulando qualquer outra possibilidade", disse Fruet.

No centro da disputa pelo comando do diretório do PSDB na capital, está a eleição para a prefeitura no ano que vem. Atual­­mente, Fruet e o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), pretendem disputar a eleição com o apoio do governador. Ducci, embora esteja em outro partido, é aliado de Richa de longa data e herdou a administração curitibana quando Beto deixou a prefeitura para disputar o governo – ele ainda conta com a simpatia do vereador João Cláudio Derosso, que presidia o partido na capital e estaria trabalhando para ser seu candidato a vice na futura chapa. Fruet também é amigo de Richa e defende que o partido precisa ter candidato próprio na principal cidade do estado.

Futuro

Citando o exemplo do presidente norte-americano Barack Obama que se lançou candidato à reeleição mais de um ano e meio antes da eleição, Fruet disse que é preciso tempo para se construir um projeto visando qualquer disputa eleitoral. "Vai se levando essa definição para o ano que vem, mas não se constrói um projeto assim na última hora, independentemente de quem seja o candidato do partido", afirmou. "No PSDB nacional, por exemplo, há sim uma briga interna, mas não se está discutindo se o partido terá ou não candidato a presidente. Isso não fortalece a vida partidária."

Questionado sobre o seu futuro a partir da decisão de ontem, Fruet, que já foi convidado formalmente por PDT, PSC, PPS e PSD para mudar de partido, disse que, em política, não há como se fazer previsões exatas a longo prazo. Ele, porém, destacou os esforços individuais que já fez pelo PSDB, como ter aberto mão da reeleição certa a deputado federal, no ano passado, para disputar o Senado após a recusa de Osmar Dias (PDT) em compor a chapa tucana. "Qualquer que seja a decisão, a pior delas é não enfrentar o processo, porque vão me cobrar depois porque não quis disputar a eleição. Lá na frente, a gente avalia isso tudo, mas não se pode eliminar a possibilidade desde já", argumentou. "Não tem como a gente prever tudo, mas essa situação vai ajudando todos a formarem uma opinião, vai deixando claras as relações de forças políticas na cidade."

Procurado para comentar a recusa de Fruet, Rossoni afirmou que encarava a oferta da secretaria-geral como um "gesto de boa vontade" do partido para Fruet. Rossoni não descartou que Fruet possa vir a ser indicado presidente do diretório da capital. A executiva estadual será responsável por escolher a comissão provisória que vai gerir o PSDB em Curitiba. "Eu vou trabalhar para que o Gustavo seja o presidente do diretório municipal. Há chances de que isso aconteça", disse.

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