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Fruet: candidato abalou apoio a Derosso. | Luiz Xavier
Fruet: candidato abalou apoio a Derosso.| Foto: Luiz Xavier

Trajetória

A saída do PSDB oficializada nesta quarta-feira por Fruet será a segunda troca de legenda em sua carreira política. Acompanhe a trajetória do ex-deputado:

1996 – Filho do ex-prefeito de Curitiba Maurício Fruet, Gustavo entra para a política eleitoral e se elege vereador de Curitiba pelo PMDB – mesmo partido de seu pai.

1998 – Depois da morte de seu pai, que exercia o mandato de deputado federal, Gustavo é eleito para a Câmara dos Deputados, ainda pelo PMDB.

2002 – Consegue a reeleição de deputado federal pelo PMDB.

2004 – Fruet vai para o PSDB depois de tentar disputar a prefeitura de Curitiba pelo PMDB e ter sua candidatura vetada pelo principal líder do partido, Roberto Requião. Naquele ano, o PMDB preferiu apoiar o petista Angelo Vanhoni.

2006 – Fruet é reeleito deputado federal, agora pelo PSDB. É o mais votado para o cargo em todo o estado.

2010 – Disputa o Senado Federal pelo PSDB. Obtém a maior votação em Curitiba, mas perde a disputa para Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT).

2011– Fruet diz que pretende disputar a prefeitura de Curitiba, mas não obtém apoio de Beto Richa e decide deixar a legenda.

Entrevista - "Não há ressentimentos"

Gustavo Fruet, ex-deputado federal

O que o levou a deixar o PSDB?

É um processo que vem se arrastando, uma de soma de fatores. O PSDB não quer discutir um projeto político para a cidade de Curitiba e vive num silêncio constrangedor. Os sinais do partido são de resistência à minha candidatura.

O governador Beto Richa já sabe desta decisão?

Não sabe. Estou tomando todo o cuidado, por isso quero protococar a carta no partido antes de oficializar a saída. E antes que o Beto viaje [o governador parte na quinta-feira para o México]. A última vez que falei com o Beto foi em abril. Não existe ressentimento. É necessário um novo tempo e não posso esperar até setembro porque não é justo com o partido, com os eleitores, nem comigo.

A decisão pela saída do PSDB é irrevogável?

Essa minha decisão foi muito amadurecida, depois de muita reflexão. Não estou tomando decisão de forma emocional. Agora é um novo tempo, de recomeçar para viabilizar a minha candidatura para a prefeitura de Curitiba.

Foi difícil tomar essa decisão?

Toda decisão é difícil e essa é apenas mais uma. Estou assumindo incertezas, mas estou em paz. O que eu via eram sinais de bloqueio à minha candidatura. Se repetiu o que aconteceu no PMDB.

Vai concorrer por qual partido?

Não sei ainda para que partido eu vou. Não tem mais sigilo hoje em política. O que houve nesses meses foi muita especulação e poucos fatos. Recebi publicamente convites do PSD, PDT e PPS, mas em momento nenhum avancei nas conversas, até porque alguns destes partidos estavam conversando também com o PSDB e com o Luciano Ducci (PSB).

O ex-deputado Gustavo Fruet vai oficializar hoje, numa entrevista coletiva à imprensa, que está saindo do PSDB para disputar a prefeitura de Curitiba em 2012 por outro partido. Antes de anunciar a decisão, Fruet vai protocolar a carta de desfiliação do PSDB. O destino do político deve ser conhecido só em agosto, mas nos bastidores é forte a ideia de que o PDT de Osmar Dias deve ser sua nova legenda.

O motivo da saída, explicou Fruet, é a demora do partido em discutir um projeto para a eleição do ano que vem e a falta de diálogo para viabilizar a candidatura dentro do próprio PSDB. Fruet teme que o governador Beto Richa, principal líder do PSDB no estado, imponha ao rtido a decisão de apoiar a candidatura de Luciano Ducci (PSB) à reeleição.

"Afinal no que eu errei? O que poderia ter feito a mais para merecer a candidatura?", questionou ontem, em entrevista, citando expressivas votações que teve nas suas campanhas para deputado federal e na última eleição, quando disputou o Senado Federal.

Em entrevista concedida ontem no início da noite à Gazeta do Povo, Fruet adiantou alguns pontos da carta de desfiliação. Revelou que deixa o partido sem mágoa e que está "um pouco triste" com a decisão em razão de sua história do PSDB. Mas afirmou que, ao mesmo tempo, via em pessoas próximas a Beto Richa resistências em torno da candidatura à prefeitura. "Na carta vou expor minha trajetória dentro do PSDB desde 2004, as minhas votações e as razões pelas quais apoiei o Beto na prefeitura e para o governo. Mostro também as que me levaram a disputar o Senado depois que o próprio PSDB me negou a vaga para compor a chapa com o Osmar Dias (PDT)", disse.

A decisão pela saída do PSDB põe fim a um impasse que se arrastava desde o início do ano, quando Fruet negou um cargo no primeiro escalão do governo Richa para disputar a eleição do ano que vem pelo partido. Na época, conta Fruet, houve um comprometimento tanto de Richa quanto do deputado Valdir Rossoni de fazê-lo presidente do PSDB de Curitiba para viabilizar a candidatura. "Mas não foi isso que aconteceu. E em fevereiro houve uma nova conversa, desta vez com o [vereador Luiz Cláudio ] Derosso, que me ofereceu o cargo de vice numa chapa do Luciano [Ducci]. Respondi que de forma alguma. E entendi que era para eu aceitar ou cair fora", relembra Fruet.

A justificativa de Fruet para deixar o partido confronta radicalmente com a opinião de Rossoni, hoje vice-presidente do PSDB, e do deputado Ademar Traiano (PSDB) – líder do governo na Assembleia Legislativa. Os dois tucanos disseram ontem que estão surpresos com a decisão de Fruet e que o PSDB deu todas as condições para que ele disputasse a eleição de 2012 pelo partido.

Rossoni chegou a citar inclusive que o governador iria declarar publicamente apoio à candidatura de Fruet. "Tão logo o Gustavo confirmasse a permanência no PSDB o governador daria uma declaração pública dizendo que ele [Fruet] tinha espaço dentro do partido. Agora, o Beto não podia fazer qualquer declaração antes do Gustavo se resolver, até porque ele estava namorando com todos os partidos", disse Rossoni. "O Gustavo sabia inclusive que o Beto ia ficar neutro na eleição, porque temos que reconhecer a dificuldade do Beto em escolher entre dois aliados", completou, citando a relação próxima do governador com o prefeito Ducci.

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